quarta-feira, 21 de março de 2018

PMs presos acusados de furtar óleo bruto de dutos da Transpetro

Rio - Cinco pessoas foram presas, sendo dois policiais militares, durante operação realizada pelo Ministério Público do Rio nesta quarta-feira contra acusados de furtar petróleo bruto e derivados diretamente dos dutos da Petrobras Transporte (Transpetro). O objetivo da ação é cumprir sete mandados de prisão e dez de busca e apreensão.


Entre os presos estão os policiais militares Ernani Monte de Lima e José da Silva de Lima, lotados no 26º BPM (Petrópolis) e 16º BPM (Olaria), respectivamente, e apontados como chefes do bando. Também estariam envolvidos três ex-funcionários de empresas terceirizadas que prestaram serviço para a petroleira.

A Operação Bandeirantes, como foi batizada, é realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MP-RJ).

Todos foram denunciados pelo crime de organização criminosa e tiveram a prisão preventiva pedida pelo Gaeco e concedida pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Duque de Caxias, local onde a organização criminosa formou-se e estruturou-se.

De acordo com a denúncia, dos sete réus, seis são moradores do Estado do Rio e um de Minas Gerais. A maioria deles reside em Duque de Caxias. Apesar disso, para a prática do crime, a organização criminosa arrendou um terreno em Barbacena, na Zona da Mata mineira, onde passa o duto da Transpetro pelo qual eles planejavam desviar petróleo e derivados para vender ilegalmente a refinarias clandestinas.

A quadrilha foi pega em flagrante em março de 2017 preparando-se para retirar o material dos dutos pelo processo conhecido como trepanação. O sistema consiste na instalação de uma válvula para desviar o óleo. Na ocasião, eles foram presos. Porém, acusados pela Justiça mineira apenas por tentativa de furto qualificado, aguardam o julgamento em liberdade.

Foi a partir deste fato, no entanto, que as investigações começaram no Ministério Público fluminense. Na apuração do crime, o MP-RJ encontrou provas de que, para alugar o terreno por um ano, a quadrilha falsificou documentos e a assinatura de terceira pessoa estranha ao fato, inclusive, idosa, além de falsificar selo do 18º Registro de Notas da capital. Tudo para dar aparência de legalidade ao aluguel do terreno em Barbacena.

De acordo com as investigações, um dos policiais participou tanto da escolha do local para a prática do crime, quanto de tentativa de furto em si, ao prestarem uma espécie de segurança durante a ação dos demais membros do grupo. Para o MPRJ, esta atuação organizada constitui o crime de organização criminosa pelo qual eles são agora denunciados.

A operação contou com o apoio do Gaeco do Ministério Público de Minas Gerais, da Corregedoria da Polícia Militar do Rio e da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados.

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