Ururau/Arquivo
Trabalhadores e sindicato patronal darão sequência as negociações, mas sem greve
O cenário em Campos mudou na manhã deste sábado (03/05). Após reunião, ocorrida na tarde desta sexta (02/05) entre a procuradora do Trabalho em Campos, do Ministério Público do Trabalho (MPT), Sueli Teixeira Bessa, o sindicato Patronal e dos Rodoviários, parte dos coletivos voltaram a atuar nas ruas da cidade com motoristas e cobradores. Em coletiva realizada na manhã deste sábado, a procuradora detalhou sobre o que foi abordado e acertado durante o encontro.
De acordo com ela, o MPT se sentiu na necessidade de tentar organizar uma reunião com os envolvidos (sindicato da categoria obreira e patronal), assim como alguns empresários do setor, no sentido de mediar e demonstrar que não haveria mais espaço para a continuidade do movimento grevista.
“Foi uma decisão judicial recente proferida pelo Tribunal em uma ação cautelar, no sentido de que a greve estaria sendo exercida de forma ilegal. Então a partir do momento em que o poder judiciário se pronuncia sobre uma questão, então não há mais espaço para continuidade do movimento. Nossa atuação foi justamente para isso, porque não tem mais espaço para 30%, agora é o retorno total porque a decisão judicial tem que ser observada. O sindicato me garantiu que quem não voltou já está retornando”, informou a procuradora.
Sueli reforçou que o retorno, a partir da decisão ainda que provisoriamente, pois se trata de uma liminar, teria que ser de forma total da categoria. “Então o MPT tentou demonstrar que o sindicato dos trabalhadores e pelos empregadores envolvidos e o sindicato patronal, que a continuidade traria consequências por óbvio, não só na esfera trabalhista, mas também em outras esferas como a criminal”.
A procuradora enfatizou veementemente que o real objetivo do MPT ao convocar a reunião, não foi possibilitar que os empresários tivessem reunidos numa só sala para que, servissem de ‘isca’ para a polícia e o Ministério Público. “O objetivo do MPT, foi tão e simplesmente atuar com relação a questão da população, que estava sendo prejudicada com a ausência do transporte coletivo, mas também em prol até dos direitos dos trabalhadores que estariam abusando de um direito que regularmente pode ser exercido, inclusive permitido pela Constituição da República. O MPT não comunga com esse tipo de atitude e de forma alguma compactuou com essa questão”, ressaltou a procuradora fazendo menção a ação que culminou na detenção de oito empresários na noite desta sexta-feira.
EXIGÊNCIAS
De acordo com Sueli, o que o Sindicato Patronal pediu foi que o sindicato obreiro suspendesse o movimento, dessa forma, o mesmo continuaria as tentativas das negociações num espaço de um mês. A classe trabalhista, por sua vez, comprometeu-se terminantemente de levar isso aos trabalhadores para que buscasse o retorno, ainda neste sábado, garantindo assim, o retorno total dos trabalhares não apenas os 30%.
De acordo com Sueli, o que o Sindicato Patronal pediu foi que o sindicato obreiro suspendesse o movimento, dessa forma, o mesmo continuaria as tentativas das negociações num espaço de um mês. A classe trabalhista, por sua vez, comprometeu-se terminantemente de levar isso aos trabalhadores para que buscasse o retorno, ainda neste sábado, garantindo assim, o retorno total dos trabalhares não apenas os 30%.
“O sindicato me informou hoje, embora ainda haja alguns trabalhadores se mantêm resistentes, mas, já tinha uma decisão da maior parte deles de voltar ainda hoje. A população já pode começar a sentir a circulação dos ônibus normalmente e não de forma gratuita como foi articulada de forma provisória pelo Ministério Público Estadual e o município”, destacou a procuradora.
PROVAS NÃO CHEGARAM AO MPT
“Na esfera trabalhista se realmente existem provas de que houve a participação dos empresários em todo esse movimento, esses documentos certamente serão encaminhados para o MPT porque na nossa esfera tem um campo de atuação com conduta antissindical. Até o presente momento nenhum documento que nos embasasse uma instauração de investigação nesse sentido foi nos enviado. Assim que chegar, será analisado se houve alguma participação do sindicato patronal ou não”, finalizou Sueli Bessa.
“Na esfera trabalhista se realmente existem provas de que houve a participação dos empresários em todo esse movimento, esses documentos certamente serão encaminhados para o MPT porque na nossa esfera tem um campo de atuação com conduta antissindical. Até o presente momento nenhum documento que nos embasasse uma instauração de investigação nesse sentido foi nos enviado. Assim que chegar, será analisado se houve alguma participação do sindicato patronal ou não”, finalizou Sueli Bessa.
Os rodoviários de Campos entraram em greve por tempo indeterminado a zero hora do dia 24 de abril. Durante o estado de greve, várias manifestações e protestos foram realizados pela categoria, a fim de derrubar a decisão judicial determinando que 70% da frota do transporte coletivo deverá circular durante o movimento da categoria.
*Fotos: Mauro de Souza/Carlos Grevi/Marcelo Esqueff/Vagner Basilio
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