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Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu e cumpridos por cerca de 150 policiais civis de delegacias especializadas. Foi apreendida uma quantia de R$ 120 mil, 146 maquininhas de cartão e dois mil cartões de benefícios, como vale transporte.
Foram apreendidos também computadores, celulares, panfletos, cadernos de contabilidade, planilhas, totens e cartazes, pen drives, documentos, escrituras de imóveis, contratos sociais diversos, balança de precisão, recibos. Mais de 30 pessoas foram conduzidas para prestar depoimento. Dessas, cinco serão indiciadas por lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsidade ideológica e crime contra a economia popular. Os suspeitos de envolvimento no esquema serão indiciados por lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsidade ideológica e crime contra a economia popular. Segundo as investigações, que começaram há três meses, os grupos criminosos usavam empresas fantasmas, de fachada e “laranjas” para movimentar as quantias recebidas com a compra de tíquetes em escritórios espalhados pela cidade do Rio e Região Metropolitana. Apenas uma das quadrilhas investigadas movimentou mais de R$ 12 ,5 milhões em dois meses. Uma mesma pessoa figura como sócia em pelo menos oito empresas. A 1ª Fase da Operação Fantoche, realizada em parceria com a Divisão de Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e à Corrupção do Ministério Público do Rio, cumpre 46 mandados de busca e apreensão em endereços comerciais e residenciais nos bairros de Copacabana, Botafogo, Largo do Machado, Centro, Jacarepaguá, Campo Grande e Bangu, na capital, e ainda nas cidades de Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Mesquita e Nilópolis, na Baixada Fluminense, e em Londrina, no Paraná.
Esquema de Vale Alimentação
De acordo com as investigações, criminosos, chamados de “tiqueteiros”, abriam empresas de fachada do ramo alimentício para conseguir, com as operadoras de cartão, maquininhas que aceitam vale alimentação e refeição. Eles, então, enviam esses equipamentos para escritórios, que, geralmente, também comercializam ouro, onde é feita a compra dos benefícios dos trabalhadores.
Por cada transação, era cobrada de cada trabalhador uma taxa que variava de 15% a 18%. Parte dessa quantia fica para o escritório e a restante vai para os responsáveis pelas empresas fantasmas e de fachada, que transferem os valores para empresas legais, pessoas físicas e até instituições religiosas.
De acordo com o Ministério Público e a Polícia Civil, as transações financeiras não condizem com o faturamento e o porte dos estabelecimentos. Entre os casos investigados, há o de uma distribuidora de alimentos registrada em um endereço que não existe e que movimentou mais de R$ 700 mil em um mês; padarias que não têm sequer um funcionário e movimentaram mais de R$ 1 milhão por mês; e de uma mercearia que, no mesmo período, fez transações de mais de R$ 2 milhões.
Transporte
No esquema envolvendo os vale-transportes, os trabalhadores deixam nos escritórios seus cartões, que são recolhidos por atravessadores e levados até empresas de ônibus e vans coniventes com o esquema, onde os créditos são descarregados. A taxa cobrada do trabalhador na transação chega a 50%. Dessa quantia, parte fica com a viação, uma com o dono do escritório e outra com o atravessador. O bilhete é devolvido ao trabalhador dias depois. Em alguns escritórios, o tempo para devolução do vale transporte chega a 30 dias úteis.
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