terça-feira, 24 de março de 2015

Dois taxistas são assaltados por dia na Grande Vitória, aponta sindicato


Profissionais já cogitam até abandonar o serviço.
Taxistas pedem aumento nas abordagens policiais nos veículos.

Do G1 ES, com informações de A Gazeta
Pelo menos dois taxistas são assaltados por dia na Grande Vitória, o que contabiliza 60 assaltos por mês, de acordo com o Sindicato Profissional dos Motoristas de Táxi no Estado do Espírito Santo (Sindtavi-ES). Amedrontados com os recentes casos de violência, muitos profissionais cogitam abandonar o serviço. Entre as reivindicações dos taxistas para enfrentar a violência, a mais ouvida foi o aumento no número de abordagens dos policiais militares nos táxis.
Apenas os táxis registrados podem exercer serviços no Aeroporto de Vitória. (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Taxistas reclamam de insegurança (Foto:
Reprodução/TV Gazeta)
“O índice de violência contra os taxistas está muito alto. Nossa profissão é muito arriscada. Na maior parte das vezes, os bandidos se passam por clientes para cometer o crime”, comentou João Vailati Fidêncio, presidente do Sindtavi-ES.
O medo e a insegurança desses trabalhadores já fazem com que muitos deixem de atender em regiões que são consideradas áreas violentas. “Infelizmente, a gente acaba tendo que julgar o bairro. Tem bairro de Vitória e Vila Velha onde eu já fui assaltado duas vezes. Então, lá eu não volto mais”, contou um taxista de 52 anos, que preferiu não ser identificado.
Em um dos pontos de táxi visitados pela reportagem, todos os oito taxistas que compõem a equipe de trabalho reclamaram da falta de segurança e contaram que já foram assaltados no ano passado.
Entre as reivindicações dos taxistas para enfrentar a violência, a mais ouvida foi o aumento no número de abordagens dos policiais militares nos táxis, para impedir a ação de potenciais criminosos. “Há poucas abordagens policiais em táxis porque geralmente não há irregularidades com esses motoristas. Só que isso precisa aumentar. O táxi precisa ser parado, o taxista e o cliente precisam ser revistados. Isso barra a ação criminosa”, opinou João Vailati.
Apesar dos dados apresentados, o presidente do Sindicato dos Condutores Autônomos do Espírito Santo, Evanildo Moreira, disse que o número de assaltos por dia são maiores, já que muitos taxistas não registram boletim de ocorrência. “Sabemos que há mais assaltos do que o número registrado, porque os próprios taxistas relatam. Eles acreditam que não vão conseguir recuperar os objetos roubados e pensam ser um desperdício de tempo procurar a delegacia”, destacou.
Reforço policial
Para reduzir o drama dos taxistas que são vítimas de violência na Grande Vitória, cerca de duas mil abordagens a táxis por mês são feitas por policiais militares na região. A informação é da Polícia Militar, que promete intensificar esse trabalho nas próximas semanas, em virtude dos recentes casos de crimes contra esses profissionais.
Durante essas atividades, os policiais param o veículo, como se fossem blitze normais, olham os documentos do carro e do condutor, mas também revistam o motorista e o passageiro. “A orientação que temos dado aos PMs é a de fazer corriqueiramente esse tipo de abordagem, revistando o veículo, o taxista e o passageiro”, disse o major Pessanha.
O militar integra o Comando de Policiamento Ostensivo Metropolitano (CPOM) e garantiu que essa atividade já faz parte da rotina da polícia, com o objetivo de coibir a ação de criminosos que se passam por clientes.
De acordo com Pessanha, existem artifícios que podem ser usados pelos taxistas para evitar assaltos. Um deles é piscar o farol ao ver uma viatura, caso desconfie de algum cliente. “Desse jeito, nós entendemos que existe alguma ação suspeita e abordamos o veículo. E, se algum taxista notar que o colega está levando alguém suspeito, liga para o 190 e diz qual é a rota que o táxi vai fazer”, explicou o major.
* Com colaboração de Caíque Verli, de A Gazeta.
Quem trabalha dirigindo táxis reclama que o número de abordagens policiais aos veículos é pequeno (Foto: Fernando Madeira/A Gazeta)Quem trabalha dirigindo táxis reclama que o número de abordagens policiais aos veículos é pequeno (Foto: Fernando Madeira/A Gazeta)

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