MP e Polícia Civil divergem sobre caso de tortura ocorrido em Farol
Carlos Grevi
Promotora diz que eventuais crimes contra sua honra serão apurados
O crime de torturainvestigado e solucionado pelo Ministério Público Estadual parece ter gerado um desconforto entre a Polícia Civil e o órgão. Na coletiva convocada pela promotora Renata Felisberto, na última quarta-feira (24/07), ela ressaltou que a mãe de uma das vítimas teria comparecido à delegacia e teria saído da mesma, acreditando que o registro poderia não ter sido feito, ou caso sim, de outra forma. Ela disse ainda que o inspetor de plantão teria dito que ela mesma deveria investigar, já que "ele não iria investigar nada".
“Eles foram na delegacia e lá na delegacia estava com suspeita de que não ia registrar ou ia registrar de uma outra forma. A mãe de uma das vítimas disse que o inspetor chegou e falou que não ia registrar nada, que quem tinha que investigar era a mãe. Quem era pra saber, quem era o autor do crime era a mãe, que ele não ia investigar nada. Então dando a entender que ele conhecia o autor”, disse a promotora.
As declarações geraram uma resposta do Delegado Titular da 134ª Delegacia de Polícia, Geraldo Assed. Por meio de nota enviada ao Site Ururau, o delegado ressaltou que o procedimento foi devidamente confeccionado e que a promotora o teria solicitado no dia seguinte.
No final da manhã desta sexta-feira (26/07), o delegado adjunto da 134ª DP, José Paulo Pires convocou nova coletiva e na condição de diretor de relações institucionais do Sindicato dos Delegados de Polícia do Rio de Janeiro, falou do mal estar causado pelas declarações da promotora.
No final da tarde desta sexta, por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro, a promotora voltou a se pronunciar e declarou:
"Em nenhum momento o MP afirmou que o registro não foi feito. Apenas que não foi feito por tortura. Em verdade, a autoridade policial capitulou, em sua maioria como crimes de menor potencial ofensivo, que nem cabem prisão. O que restou evidente desde o primeiro momento. Ademais, o segundo indivíduo foi identificado pelo MP e o terceiro esta prestes a ser identificado. De qualquer forma, o trabalho do MP já foi feito e já foi encaminhado à Justiça, que decretou as prisões e o pedido de busca, que já foram cumpridos, não havendo mais polêmica a ser levantada”, disse a promotora revelando ainda que serão apurados eventuais crimes contra a sua hora.
A OCORRÊNCIA
Durante a coletiva nesta sexta na 134ª DP, o delegado José Paulo Pires disse apresentou também uma cópia do Registro de Ocorrência que teria sido feito pela mãe no dia 27 de junho deste ano, um dia depois do crime.
Durante a coletiva nesta sexta na 134ª DP, o delegado José Paulo Pires disse apresentou também uma cópia do Registro de Ocorrência que teria sido feito pela mãe no dia 27 de junho deste ano, um dia depois do crime.
Os três jovens teriam sido segurados pela camisa e colocados dentro de uma Hillux Prata na qual percorreram por cerca de duas horas, sob ameaças de morte, socos e coronhadas. Ao final, foram levados para o Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) de Farol, onde o policial de plantão tirou fotos e anotou a qualificação dos jovens.
Na ocorrência que se iniciou às 15h13 e terminou às 15h30 o suspeito é enquadrado nos crimes de ameaça, calúnia, constrangimento ilegal e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. 
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