quinta-feira, 25 de julho de 2013

EMPRESÁRIO E COMPARSA É PRESO EM CAMPOS

Empresário e comparsa presos suspeitos de tortura contra três pessoas

Prisões aconteceram após MP acatar denuncia de familiares das vítimas
 Carlos Grevi

Prisões aconteceram após MP acatar denuncia de familiares das vítimas

Um empresário do ramo da construção civil, de 34 anos, e um homem de 35 anos, foram presos na última segunda-feira (22/07) sob a acusação de tortura qualificada contra dois adolescentes de 17 anos e um maior de idade. A informação foi divulgada à imprensa através de uma coletiva realizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) na tarde desta quarta-feira (24/07) pela promotora da 2ª Promotoria de justiça e Investigação Pessoal, Renata Felisberto Chaves.
De acordo com o MPE, no dia 26 de junho, Ralph Gomes de Azevedo, Adriano Piedade da Silva, e um terceiro suspeito, que ainda está sendo investigado, teriam entrado numa casa na praia do Farol de São Tomé, em Campos, por volta das 15h, onde estavam as três vítimas, indagando onde estava o material que teria sido roubado numa creche também no litoral campista. 
As vítimas teriam dito desconhecer o assunto, mas teriam sido colocadas no carro do Ralph e levadas para a localidade de Gaivotas, sendo torturadas psicologicamente e espancadas durante o trajeto. A ação dos agressores teria durado cerca de uma hora. Ao retornarem, Ralph teria passado em sua residência, também na praia campista, para buscar uma arma, dizendo que iria matar as vítimas. No local, todos desceram do veículo. Ralph teria recebido uma ligação e depois de ter dito que “sujou”, as três vítimas então teriam novamente sido colocadas em seu carro que seguiu para o Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) de Farol.
No DPO, os três agressores teriam descido do carro com as armas na cintura, mas de forma aparente e falaram com o policial de plantão que foi até o veículo e pediu para as vítimas descerem. Ele teria fotografado os três que foram liberados no local.
Dias depois, a mãe de um dos menores teria comparecido à 134ª Delegacia Legal (Centro), na tentativa de registrar a ocorrência. Ela teria recebido ligações de um ex-vereador e ex-presidente da Câmara, pedindo para que esquecesse o caso e o conheceria por conta de campanhas políticas. A mãe apresentou o celular contendo as ligações que, segundo a promotora, podem ser do ex-vereador.
Segundo a promotora, a mãe da vítima teria relatado que na delegacia, ela teria ouvido que ela mesma deveria investigar a autoria do crime, o que a levou a crer que o inspetor conheceria as partes envolvidas.
“Eles foram na delegacia e lá na delegacia estava com suspeita de que não ia registrar ou ia registrar de uma outra forma. A mãe de uma das vítimas disse que o inspetor chegou e falou que não ia registrar nada, que quem tinha que investigar era a mãe. Quem era pra saber, quem era o autor do crime era a mãe, que ele não ia investigar nada. Então dando a entender que ele conhecia o autor”.
Inconformada, a mãe, juntamente com familiares das demais vítimas, buscou o auxílio do Ministério Público Estadual e em seguida foi ao 8ª Batalhão de Polícia Militar (BPM), para registrar uma queixa formal contra o policial que estaria de plantão no DPO no dia do crime. Lá ela teria sido intimidada pelo irmão do Ralf.
Diante das denúncias, o MPE iniciou as investigações que culminaram com a prisão preventiva, por tempo indeterminado, de dois dos suspeitos. Foi feita ainda uma diligência na casa do Ralpf, onde foi localizada uma pistola calibre 380. O MPE tem indícios da identidade do terceiro envolvido.
A promotora Renata Felisberto contou que no dia das denúncias, um dos menores ainda apresentava marcas da agressão e que a mesma foi confirmada por laudo pericial. Se condenados, Ralph e Adriano podem pegar pena de reclusão de dois a oito anos de prisão pela tortura, podendo aumentar pelo agravante do sequestro e pelo fato de duas das vítimas serem menores de idade.
A Promotora Renata Felisberto fez questão de frisar que mesmo que as vítimas tenham sido autoras do furto à creche, não justificaria a tortura cometida contra elas, assim como a inércia por parte das autoridades policiais.

Fonte: URURAU

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