Manifestação foi criada por idealizadores do bloco Mulheres Rodadas.
Evento conta com o apoio de normalistas e de Valesca Popozuda.
Mais de 50 anos após a criação da minissaia, a peça continua sendo um símbolo de liberdade para as mulheres. No domingo (8), Dia Internacional da Mulher, um grupo vai celebrar o “Dia Internacional da Minissaia” no Posto 4 da Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio. Homens e mulheres estão convidados a ir à praia com minissaias para defender o direito de mulheres usarem as roupas que quiserem sem ser assediadas.
A data fictícia foi criada pelas jornalistas Renata Rodrigues e Débora Thomé, as idealizadoras do bloco de carnaval Mulheres Rodadas, que satiriza comportamentos machistas.
Nos últimos dias, a manifestação ganhou mais adesões. Jovens normalistas, colegas da adolescente de 16 anos assediada em um ônibus na terça-feira (3), na Zona Sul do Rio, prometem participar vestindo os seus uniformes, levando cartazes e pedindo respeito.
“É importante elas poderem ir para a rua conosco, terem a noção de que não são elas que estão erradas. É o mundo que tem que mudar e ser menos machista. Eu tenho o direito de usar o que eu quiser”, afirma Renata.
Débora conta que a ideia do “Dia Internacional da Minissaia” surgiu antes do caso de assédio no ônibus, episódio que, para ela, releva uma revoltante realidade. “Essa triste coincidência evidencia o problema.”
Até uma música, inspirada no "Rap da Felicidade", promete embalar os participantes do evento. Os versos dizem: “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente com a roupa que escolhi. E poder me assegurar: de burca ou de shortinho, todos vão me respeitar.”
Além das jovens, outro reforço de peso recebido pelo grupo foi o de Valesca Popozuda. A cantora não poderá participar, porque tem um show agendado, mas gravou um vídeo convocando as mulheres para o movimento. O vídeo está disponível na página do evento, que foi definido por Débora Thomé como uma ação de celebração à liberdade feminina.
"Ela [Valesca] luta pelo empoderamento feminino e é pró-liberdade. Nós a procuramos, falamos do bloco e apresentamos o projeto. E ela enviou um vídeo”, explica Renata.
Contra o assédio
“A ideia [do evento] surgiu quando eu estava me arrumando para ir para à aula de dança. Eu estava com roupa de ginástica e pensei: ‘Será que eu posso sair na rua assim?’ Eu ia pegar um táxi. E fiquei pensando se eu ficaria ameaçada pela minha roupa. Isso é um problema,” conta Débora.
“A ideia [do evento] surgiu quando eu estava me arrumando para ir para à aula de dança. Eu estava com roupa de ginástica e pensei: ‘Será que eu posso sair na rua assim?’ Eu ia pegar um táxi. E fiquei pensando se eu ficaria ameaçada pela minha roupa. Isso é um problema,” conta Débora.
Há menos de um mês, o bloco de carnaval organizado por Débora e Renata, o Mulheres Rodadas, levou cerca de duas mil pessoas ao Aterro do Flamengo na Qarta-Feira de Cinzas. Na ocasião, começou a surgir a ideia de criar um evento para o Dia Internacional da Mulher.
Apesar de preverem algo mais político do que o bloco de carnaval, o “Dia Internacional da Minissaia” contará com a presença de uma DJ que tocará músicas relacionadas ao universo feminino e que faz alusão a rodar, como no bloco.
Para Débora, a importância de um evento como este é a possibilidade de melhorar o cenário para as próximas gerações.
“Ficaremos felizes se conseguirmos chamar a atenção para este caso da menina e este problema da roupa. É algo para as futuras gerações, para aquelas que hoje estão com 16 e 20 anos, por exemplo.”
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