quarta-feira, 4 de março de 2015

Pezão diz não temer possível citação na Operação Lava Jato


Governador negou ter recebido dinheiro da Petrobras em sua campanha.
Procurador-geral da república enviou lista de investigados ao STF. 

Marcelo ElizardoDo G1 Rio
Comandante da PM Pinheiro Neto e o governador Luiz Fernando Pezão Companhia Destacada da Barra  (Foto: Marcelo Elizardo/G1)Pezão afirmou não temer investigações da Lava Jato (Foto: Marcelo Elizardo/ G1)
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, afirmou não temer as investigações da Operação Lava Jato, que apura pagamento de propina a partidos políticos com recursos da Petrobras, durante inauguração de uma Companhia Destacada da Polícia Militar na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, nesta quarta-feira (4).
No fim de janeiro, a coluna Radar da revista "Veja" publicou que Pezão e o ex-governador Sérgio Cabral teriam sido citados nas delações premiadas do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousseff. Na terça-feira (3), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF o pedido de abertura de inquérito para 54 pessoas, mas os nomes não foram divulgados.
Pezão afirmou que só teve contatos com Paulo Roberto Costa enquanto foi vice-governador e coordenador de infraestrutura do estado. Ele negou que sua campanha para o governo do estado em 2014 tenha recebido recursos da estatal.
"Eu tenho muita tranquilidade. Tive diversos encontros com o diretor da Petrobras, Paulo Roberto (Costa). Eu, em todo o secretariado, era o coordenador de infraestrutura. Tenho muita curiosidade de saber como surgiu o meu nome. Tenho visto alguns jornais, algumas revistas colocarem, mas eu mesmo nunca fui informado, nunca fiquei sabendo. Nunca recebi nenhum depósito nem nas minhas contas de campanha e nem na minha conta. Eu só tenho uma conta. De uma conta que eu recebia no banco Itaú e agora recebo no banco Bradesco", disse Pezão.
O governador ainda se colocou à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sobre uma eventual citação de seu nome nas delações premiadas de Costa e Yousseff.
"Não tem conta no exterior. Não tive caixa dois. Na minha campanha em 2014 não me relacionei com ele (Paulo Roberto) porque ele já tinha saído da Petrobras. Então me coloco à disposição do Sergio Moro, passando pelo Lewandowski e ao ministro Francisco Falcão. Estou aberto a qualquer local para prestar esclarecimentos", declarou o governador.

PGR entrega lista ao STF
As declarações de Pezão acontecem um dia após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolar no Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos de abertura de inquérito para investigar políticos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. São 28 pedidos de abertura de inquérito referentes a 54 pessoas. Há ainda sete pedidos de arquivamento. Os nomes não foram divulgados.
Dentre os 54 que são alvo dos pedidos de inquérito, há autoridades e também pessoas sem prerrogativa de foro, cujos casos o procurador enviou ao Supremo porque os supostos crimes que cometeram têm conexão com os dos políticos.
Senadores, deputados e ministros de Estado têm foro privilegiado no STF. Por isso, o procurador-geral precisa pedir à Corte autorização para a abertura de inquérito. Governadores são julgados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em cada peça, Janot requer a derrubada do segredo de justiça. Caberá ao ministro Teori Zavascki, relator das apurações da Operação Lava Jato no STF, decidir se torna ou não as informações públicas. A tendência é que derrube o sigilo de todos os inquéritos, conforme o pedido de Janot. Somente após essa decisão é que os nomes dos políticos investigados poderão ser divulgados.

A participação de autoridades no escândalo na Petrobras foi revelada nas delações premiadas do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef.
Os dois firmaram acordo com o Ministério Público Federal para colaborar com as investigações e delatar os demais integrantes do esquema em troca de redução das penas.
Junto com os pedidos de abertura de inquérito, Rodrigo Janot já solicitou uma série de diligências, como quebra de sigilos bancário e fiscal dos políticos. Para resguardar a eficácia das investigações, esses procedimentos serão mantidos em segredo.
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