Danilo Bahiense disse que relato foi feito por amante do réu.
Calú e Ferreira são acusado do mando da morte de Alexandre Martins.
O delegado Danilo Bahiense, titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) à época, foi o primeiro a depor, como testemunha do Ministério Público nesta terça-feira (25). O depoimento abriu o 2º dia de julgamento da morte do juiz Alexandre Martins. O júri começou por volta de 9h45, no Cineteatro da Universidade Vila Velha, na Grande Vitória. A testemunha ligou o juiz Leopoldo aos outros dois acusados e disse que depoimento de amante de Ferreira aponta que morte aconteceu após a vítima ter mandado algemar o coronel em frente às câmeras.
Após 12 anos da morte do juiz Alexandre Martins, foi iniciado nesta segunda-feira (24), o julgamento de dois dos três acusados de mandar matar o magistrado, em 2003. O coronel da reserva da Polícia Militar, Walter Gomes Ferreira, e o ex-policial civil e empresário, Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calú, sentaram no banco dos réus, no Cineteatro da Universidade de Vila Velha. Outro acusado, o juiz Antônio Leopoldo não tem julgamento previsto.
Ele contou que ficou sabendo do crime no mesmo dia, às 7h50, mas, quando chegou ao hospital, o juiz Alexandre já havia morrido. "Liguei para o doutor Adroaldo, porque ele morava mais perto e era o titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida de Vila Velha", falou em depoimento.
A testemunha disse que a vinculação do nome dos réus Cláudio Luiz Batista e Walter Gomes Ferreira à morte do magistrado surgiu na fase de intermediação da investigação. "Nesta época, quem conduzia o caso era o doutor André Cunha", ressaltou Bahiense.
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Durante o julgamento, Bahiense disse que não tinha ouvido falar de envolvimento de Calú com crimes de homicídio ou de mando. "Só sei de relação de crimes de extorsão. Ele surgiu na fase de mando, que foi conduzido pelo NUROC", falou o delegado.
De acordo com Bahiense, já havia informações de crimes do coronel Ferreira, mas ele só começou a ser investigado em 2001, após denúncia de extorsão. "O presidente do Sindirodoviários me procurou e falou que poderia até deixar de pagar as contas, mas não deixaria de pagar a extorsão ao coronel Ferreira. Ele disse: 'já matou o ex-presidente, pode me matar também", disse Bahiense.
Às 11h50 o depoimento de Danilo Bahiense ainda continuava sem previsão de término. Durante o tempo, o juiz fez uma pausa para quem quisesse ir ao banheiro.
Danilo Bahiense citou o envolvimento do juiz Leopoldo, da Vara de Execuções Penais de Vitória à época, com os acusados. "Houve envolvimento em diversas extorsões em que ele intermediava para evitar mortes. As extorsões chegavam a R$ 1 milhão", relatou a testemunha do Ministério Público.
Bahiense disse que colheu declarações de Antônio Leopoldo durante um dia inteiro, momento em que afirmou o envolvimento dos dois réus no assassinato da vítima. "Leopoldo temia colocar a informação no papel, porque tinha medo de que fossem mortos ele e seus familiares, em Pancas", disse.
Segundo Bahiense, o juiz Leopoldo informou que obteve as informações do envolvimento dos réus com algumas pessoas em Pancas, entre elas a então amante do coronel Ferreira, Kelen.
Bahiense disse que ela relatou para Leopoldo que o motivo da morte de Alexandre foi o juiz ter algemado o coronel Ferreira em frente às câmeras. "Quando Alexandre transferiu Ferreira para o Acre o algemou em frente as câmeras e isso teria resultado na sua morte", disse Bahiense em depoimento.
À época, foi contratado um serviço de detector de mentiras vindo do Rio Grande do Sul, mas Bahiense disse que não teve envolvimento com a contratação e não sabe quem o fez. "O delegado que conduzia o caso era o André Cunha", destacou.
Questionado sobre o andamento do laudo pericial, o delegado disse não saber qual o destino certo. "Deve ter acompanhado o inquérito", falou Bahiense.
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