Julgamento do caso Alexandre Martins chega ao terceiro dia, nesta quarta.
Coronel Ferreira e Calú, acusados de mandar matar juiz, são julgados.
Primeiro a prestar depoimento nesta quarta-feira (26), Odessi Martins, o Lumbrigão, confirmou a tese de latrocínio, na morte do juiz Alexandre Martins de Castro Filho. Ele cumpre pena na Penitenciária Máxima I, em Viana, na Grande Vitória, pela execução do juiz. O informante disse que um vídeo gravado pelos policiais em que confessa o crime de mando foi registrado após intensa tortura e acabou sendo 'obrigado' a mentir.
Após 12 anos da morte do juiz Alexandre Martins, foi iniciado nesta segunda-feira (24), o julgamento de dois dos três acusados de mandar matar o magistrado, em 2003. O coronel da reserva da Polícia Militar, Walter Gomes Ferreira, e o ex-policial civil e empresário, Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calú, sentaram no banco dos réus, no Cineteatro da Universidade de Vila Velha. Outro acusado, o juiz Antônio Leopoldo não tem julgamento previsto.
Nesta quarta-feira, Odessi relatou que foi preso por policiais e pelo delegado André Cunha, em Itararé. Ao chegar à sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública, disse que foi torturado para dizer que se tratava de um crime de mando. “Eles não me perguntavam quem matou, só queriam que eu confirmasse que foi o coronel Ferreira. Mesmo assim, eu negava, falando que era latrocínio”, disse.
O crime
Durante o depoimento, Lumbrigão disse que foi chamado por Giliard, outro condenado pela morte do Alexandre, para roubar um posto de gasolina, mas tinha um carro da polícia parado e eles desistiram.
O crime
Durante o depoimento, Lumbrigão disse que foi chamado por Giliard, outro condenado pela morte do Alexandre, para roubar um posto de gasolina, mas tinha um carro da polícia parado e eles desistiram.
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“Estávamos perseguindo uma outra caminhonete que era preta. Essa caminhonete entrou para dentro de Itapoã e fomos atrás dela. Dei a volta no quarteirão para encontrar a caminhonete de frente, foi quando a gente viu a outra caminhonete, prateada (do juiz Alexandre), parada e resolvemos assaltar”, relembrou Lumbrigão.
Ele disse que não era experiente e que o juiz Alexandre reagiu ao assalto. “Gilliard acertou a vítima primeiro, porque os meus tiros não foram precisos. Dava para ver um risco de sangue na testa quando a vítima estava no chão. Me aproximei dele (Alexandre Martins) para desarmá-lo. Fiz isso para pegar minha moto, que estava caída no meio da rua, porque ele poderia levantar e atirar. Ele (Alexandre) fez um movimento com o braço esquerdo que foi onde eu disparei. Não pegamos a caminhonete porque, nesse momento, já havia um monte de gente gritando, aí frustrou o assalto”, disse.
Lumbrigão disse que, depois disso, foram para casa de Giliard, no bairro Ilha dos Bentos. “Em casa, estava André, dono da moto. Ele tinha ido buscar a moto dele, que eu peguei no bairro Guaranhuns. Eu pedi a moto emprestada, mas não falei o motivo. Ele estava acostumado a me emprestar. A moto estava com um probleminha para ligar. Então empurramos. Tinha pego a moto naquele mesmo dia. Cheguei e expliquei para ele o que tinha acontecido. Um assalto e que tínhamos matado um policial, porque na arma tinha um brasão da Polícia Militar. Disse que não sabia quem era a vítima”, relembrou.
Lumbrigão disse que foi para a casa da amante, Pamella, em Santa Mônica, em Vila Velha. Contou que tentou um assalto que deu errado, mas não disse que matou a vítima.
Em depoimento, disse ainda que pegou a bicicleta e foi para casa da esposa. Para ela, Lumbrigão disse que ia sair para procurar um emprego, entregar currículo. Em casa viu pelo plantão da televisão que era um juiz.“Deixei a arma na casa do Alexandro porque não levantaria suspeita. Tirei a numeração e enterrei no quintal. Alexandro ficou com medo e deixou”, disse.
Sobre o assalto, ele disse que a intenção era vender. “Não sabia quem iria comprar, só Giliard conhecia alguém que poderia. A pistola que usei tinha comprado por R$ 1 mil, que peguei emprestado com um amigo. A arma do Gilliard era emprestado”, disse.
Soube de noite que Giliard foi preso. Fui para Vitória, bairro da Penha, me esconder quando soube da prisão dele, na casa de um amigo. “Fiquei 20 dias escondido. Estava tendo uma operação policial. Depois, aluguei um quartinho em Itararé, com nome falso. Alguns dias depois fui preso. A mulher que alugou ficava me cobrando os documentos”, disse.
Lumbrigão disse que o delegado André Cunha e dois policiais deram voz de prisão e ele foi levado para Secretaria de Segurança. “Eles não me perguntavam quem matou, só queriam que eu confirmasse que foi o coronel Ferreira, mas eu negava, falando que era latrocínio. Danilo Bahiense falava: só me chama na hora que ele falar. Chegou um ponto que eu não aguentava ser torturado. Colocam sacolas na minha cabeça para asfixiar e torciam meus órgãos genitais. Fui torturado e gravaram um vídeo comigo confessando. Fui levado para DHPP e ouvido em frente a um advogado”, relembrou.
Ele disse que não era experiente e que o juiz Alexandre reagiu ao assalto. “Gilliard acertou a vítima primeiro, porque os meus tiros não foram precisos. Dava para ver um risco de sangue na testa quando a vítima estava no chão. Me aproximei dele (Alexandre Martins) para desarmá-lo. Fiz isso para pegar minha moto, que estava caída no meio da rua, porque ele poderia levantar e atirar. Ele (Alexandre) fez um movimento com o braço esquerdo que foi onde eu disparei. Não pegamos a caminhonete porque, nesse momento, já havia um monte de gente gritando, aí frustrou o assalto”, disse.
Lumbrigão disse que, depois disso, foram para casa de Giliard, no bairro Ilha dos Bentos. “Em casa, estava André, dono da moto. Ele tinha ido buscar a moto dele, que eu peguei no bairro Guaranhuns. Eu pedi a moto emprestada, mas não falei o motivo. Ele estava acostumado a me emprestar. A moto estava com um probleminha para ligar. Então empurramos. Tinha pego a moto naquele mesmo dia. Cheguei e expliquei para ele o que tinha acontecido. Um assalto e que tínhamos matado um policial, porque na arma tinha um brasão da Polícia Militar. Disse que não sabia quem era a vítima”, relembrou.
Lumbrigão disse que foi para a casa da amante, Pamella, em Santa Mônica, em Vila Velha. Contou que tentou um assalto que deu errado, mas não disse que matou a vítima.
Em depoimento, disse ainda que pegou a bicicleta e foi para casa da esposa. Para ela, Lumbrigão disse que ia sair para procurar um emprego, entregar currículo. Em casa viu pelo plantão da televisão que era um juiz.“Deixei a arma na casa do Alexandro porque não levantaria suspeita. Tirei a numeração e enterrei no quintal. Alexandro ficou com medo e deixou”, disse.
Sobre o assalto, ele disse que a intenção era vender. “Não sabia quem iria comprar, só Giliard conhecia alguém que poderia. A pistola que usei tinha comprado por R$ 1 mil, que peguei emprestado com um amigo. A arma do Gilliard era emprestado”, disse.
Soube de noite que Giliard foi preso. Fui para Vitória, bairro da Penha, me esconder quando soube da prisão dele, na casa de um amigo. “Fiquei 20 dias escondido. Estava tendo uma operação policial. Depois, aluguei um quartinho em Itararé, com nome falso. Alguns dias depois fui preso. A mulher que alugou ficava me cobrando os documentos”, disse.
Lumbrigão disse que o delegado André Cunha e dois policiais deram voz de prisão e ele foi levado para Secretaria de Segurança. “Eles não me perguntavam quem matou, só queriam que eu confirmasse que foi o coronel Ferreira, mas eu negava, falando que era latrocínio. Danilo Bahiense falava: só me chama na hora que ele falar. Chegou um ponto que eu não aguentava ser torturado. Colocam sacolas na minha cabeça para asfixiar e torciam meus órgãos genitais. Fui torturado e gravaram um vídeo comigo confessando. Fui levado para DHPP e ouvido em frente a um advogado”, relembrou.
A sessão foi interrompida por volta de 13h20 para o intervalo de almoço. No retorno à sessão de julgamento do caso, Lumbrigão disse em depoimento que na manhã do dia do crime usou crack. Além disso, o acusado também falou que foi submetido a um exame de detector de mentiras por duas vezes.
De acordo com Lumbrigão, o delegado André Cunha, teria informado a ele que o resultado do exame teria mostrado que o acusado não estaria mentindo. Lumbrigão também contou que desconhecia o Calú antes do crime.
Em resposta a uma pergunta feita por um promotor do Ministério Público, contou que confessou que o crime teria sido um latrocínio desde o primeiro depoimento e que só deu a entender que o crime poderia ser de mando na gravação que foi feita.
Ao final do depoimento de Lumbrigão, a defesa do ex-policial civil e empresário, Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calú, pediu para que o juiz registrasse em ata o crime de falso testemunho contra o delegado Danilo Bahiense.
O depoimento de Lumbrigão durou cinco horas e seis minutos e terminou às 16h01 desta tarde. Nas considerações sobre a participação do réu no caso, o juiz chegou a ler alguns depoimentos que Lumbrigão prestou no passado, e também a transcrição de uma fita que foi gravada a mando de Danilo Bahiense, segundo Lumbrigão, que dar a entender que a morte do juiz Alexandre Martins foi encomendada.
Como justificativa, em depoimentos passado Lumbrigão disse: “tive que convencer eles para sair daquele local de tortura, inventei a história na hora, inventei um número de telefone, nome e tudo”, leu o juiz.
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