quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Detran abre processo para cassar habilitação de PM que atropelou empresário

Sargento Marcelo Soares não prestou socorro (Foto: Reprodução/TV Globo)
Cinco dias depois do atropelamento e da morte do empresário Hélio Crespo, de 40 anos, o Detran abriu um processo para cassar a carteira de habilitação do policial militar Marcelo Soares, do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes). A medida foi publicada nesta quinta-feira (31) no Diário Oficial do Estado. O PM, que tem 471 pontos no documento e 99 multas por ter cometido infrações no trânsito, dirigia em alta velocidade o Toyota Corolla preto que atigiu a vítima enquanto ela andava de bicicleta na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
O Detran se baseou no artigo 263 do Códio Nacional de Trânsito Brasileiro (CTB), que determina o cancelamento da habilitação de Marcelo Soares já que ele estava com a carteira suspensa desde novembro do ano passado e, mesmo assim, continuava dirigindo. Se for condenado, o policial ficará dois anos sem guiar, mas poderá reaver esse direito após fazer um curso de reciclagem de 30 horas de aulas. O PM fugiu do local do atropelamento sem prestar socorro a Hélio Crespo.
“Só não abrimos o processo de cassação antes porque existe um entendimento do Departamento Nacional de Trânsito pelo qual o flagrante do motorista dirigindo suspenso deve ser feito fisicamente, e não por radares. Mas neste caso, há elementos de sobra apontando para a responsabilidade dele. Por isso, determinei a abertura imediata desse processo de cassação e lamentamos muito que um policial militar tenha desrespeitado a Lei, insistindo em dirigir com a carteira suspensa e provocando essa tragédia”, afirmou o presidente do Detran, Vinicius Farah.
Marcelo Soares ainda responde a seis processos administrativos - todos, segundo o Detran, por haver estourado o limite de 20 pontos em infrações por excesso de velocidade e avanço de sinal.
Só nos últimos 12 meses, o policial recebeu 21 multas, somando 128 pontos na carteira - seis vezes mais do que o tolerado pelo código brasileiro de trânsito, que estabelece que quem ultrapassa o limite de 20 pontos em um ano tem a carteira suspensa e perde o direito de dirigir. Marcelo Soares também não pagava IPVA do carro há dois anos.  Bombeiros que estavam próximo ao local do atropelamento tentaram socorrer a vítima. O cliclista chegou a ser levado para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A perícia da Polícia Civil estimou que o Corolla dirigido por Marcelo Soares estava entre 100 e 120 quilômetros por hora.
A GloboNews teve acesso, com exclusividade, às imagens de radares da CET-Rio que ficam na Praia da Reserva. Às 7h22m, o motorista atingiu 118 quilômetros por hora na Avenida Lúcio Costa, sentido Recreio. Quase o dobro da velocidade máxima permitida no trecho, que é de 60 quilômetros por hora.

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