domingo, 27 de agosto de 2017

'Criminoso que porta fuzil e mata policial deve ser tratado como terrorista', diz Pezão em nota sobre morte do 100° PM no RJ

O governador Luiz Fernando Pezão lamentou, em nota divulgada na tarde deste sábado (26), a morte do 100° policial militar no Rio de Janeiro. Fábio Cavalcante e Sá era segundo sargento da PM, tinha 38 anos e era lotado no 34º BPM (Magé). Segundo testemunhas, ele estava próximo ao Largo do Guedes, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, quando foi atingido por vários disparos na manhã deste sábado (26).
De acordo com a polícia, a vítima costumava ir todo sábado à localidade, perto da Comunidade Morro Azul, dominada por uma facção criminosa. Por ter sido morador na localidade, todos sabiam que a vítima era policial militar.
Fábio foi abordado por três indivíduos, que saíram de um carro quando ele atravessava uma rua. Ao descobrir que se tratava de um PM, um dos bandidos ordenou que os outros matassem o policial: "Mata que é PM, pega a arma, o cordão, pega tudo, agora mata, mata!". Os criminosos fugiram levando o cordão de ouro e a arma do PM. Em nota, Pezão disse que criminoso que mata policial com fuzil deve ser tratado como terrorista e que defende o endurecimento da legislação penal (leia nota na íntegra).

"O Governo do Rio lamenta a morte do segundo sargento Fabio Cavalcante e Sá e se solidariza com a família e amigos deste defensor do Estado e de todos os seus colegas policiais assassinados. Um criminoso que porta fuzil e mata policial deve ser tratado como terrorista, e o Estado defende o endurecimento da legislação penal. Segurança é prioridade para o nosso governo, que promoveu mudanças recentes na política de pacificação visando, sobretudo, à preservação da vida. Os governos estadual e federal, integrados, vêm lutando para salvar vidas. Diversas ações já tiveram início, no entanto os amplos resultados não são imediatos. Juntos, continuaremos em defesa dos cidadãos fluminenses, que, infelizmente, hoje perderam mais um defensor".  O Disque Denúncia está oferecendo R$ 5 mil de recompensa por informações que levem a identificação e prisão de criminosos envolvidos em morte de policiais. Só este ano, o serviço já recebeu 454 denúncias sobre suspeitos em crimes contra agentes de segurança.                                                                                                    100 PMs assassinados: média é a maior em mais de 10 anos no RJ

O Rio de Janeiro chegou neste sábado (26) à marca de 100 PMs mortos só em 2017. O número indica que um policial é morto a cada 57 horas, pouco mais de dois dias. A média é a maior desde 2006, quando um policial foi assassinado a cada 53 horas.
A Baixada Fluminense é a região com maior número de mortes. Foram 27 este ano, mais de um quarto do total. A maior parte das mortes ocorreu entre quinta-feira e domingo.
Em 2017, quase 60% desses PMs morreram durante suas folgas: 58. Até o dia 25, já haviam morrido em serviço 22 policiais, mais do que em todo o ano de 2015, quando morreram 18.Recompensa por informações que levem assassinos de policiais à prisão é de R$ 5 mil (Foto: Divulgação/Disque-Denúncia)

3 mil PMs mortos em 22 anos

Em média, um policial morreu a cada 64 horas no Rio desde 1995. Foram 3087 durante este período. Essa é a conclusão feita a partir de estatísticas da Polícia Militar sobre a morte de soldados da corporação, a que o G1 teve acesso. A taxa de mortalidade entre 1994 e 2016, segundo a PM, é maior do que a de soldados americanos na Segunda Guerra Mundial. Nos últimos 22 anos, 3,52% dos 90 mil integrantes do efetivo da PM do Rio morreram. Durante 3 anos e meio da participação americana na guerra, 405 mil soldados americanos morreram, o equivalente a 2,52% da tropa, composta por mais de 16 milhões de soldados.

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