sábado, 24 de outubro de 2015

Cunha manobra contra cassação


Nessa sexta-feira (23), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, decretou segredo de Justiça no aditamento da denúncia apresentada contra o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha também é alvo de um processo de cassação que está no Conselho de Ética da Câmara, mas ele tem feito manobras regimentais para atrasar o processo. Já a Procuradoria-Geral da República denunciou o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) e afirmou que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o Partido Progressista (PP) receberam R$ 357,9 milhões de propina da Petrobras. Enquanto isso, no andamento do mensalão, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, único condenado no processo do mensalão que ainda não havia cumprido pena em solo brasileiro, já está encarcerado.
A abertura do processo de cassação de Cunha chegou a entrar na agenda do Conselho de Ética, mas devido à manobras a expectativa é que o processo só chegue ao colegiado na próxima quarta-feira. Inicialmente, a primeira sessão na qual será escolhido o relator do caso estava marcada para a próxima terça-feira. Agora, a sessão será transferida para o dia 3 de novembro.
A decisão de Zavascki foi motivada pelo encaminhamento de novas acusações ao STF pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. No inquérito no qual o segredo foi decretado, Cunha é acusado de receber US$ 5 milhões em um contrato de navios-sonda da Petrobras.
Outro parlamentar que também passou a ser alvo das investigações é o deputado Nelso Meurer. Meurer foi citado em depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores da Operação Lava Jato, como suposto beneficiário de valores distribuídos a deputados do PP. Os detalhes da denúncia não foram divulgados pela procuradoria, porque os documentos seguiram sob segredo de Justiça ao STF.
Costa e PP - Segundo investigações da operação Lava Jato, Costa atuava como operador do PP na Petrobras. Além de Meurer, o procurador também denunciou os dois filhos dele, por intermediarem o recebimento dos valores indevidos.  
Na denúncia, Janot informou que a legenda recebeu R$ 62 milhões do esquema, que consistia em repasses por empresas fictícias operadas pelo doleiro Alberto Youssef. Conforme a acusação, o deputado Nelson Meurer recebeu, entre 2006 e 2014, R$ 29 milhões do total recebido pelo PP. Meurer faz parte da cúpula do partido.
Mensalão - Pizzolato chegou ao Brasil pouco antes das 7h dessa sexta, vindo da Itália, para onde fugiu em 2013 antes do fim do julgamento que o condenou a 12 anos e sete meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
(M.S.) (A.N.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário