quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Policiais do Bope são condenados por vazar informações sobre operações a traficantes

Quatro policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram condenados por vazarem diariamente informações sobre operações da PM a traficantes da facção criminosa Comando Vermelho. Um quinto réu acabou absolvido. O cumprimento das penas se dará inicialmente em regime fechado.
A juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar do Rio, condenou Silvestre André da Silva Felizardo, apontado como líder do grupo, a 80 anos de prisão, e Maicon Ricardo Alves da Costa, André Silva de Oliveira e Raphael Canthé dos Santos a 48 anos de prisão cada um.
“Com essa atitude, os acusados contribuíram para a expansão e o fortalecimento das atividades criminosas desempenhadas (...) pois além de possibilitar que os traficantes fugissem das ações policiais, fazia com que soubessem onde poderiam continuar a praticar seus crimes sem serem incomodados pela Polícia” afirmou, na sentença.
A magistrada destacou a cumplicidade entre os PMs e os traficantes, que, beneficiados pelas informações, tinham tempo para fugir e esconder armas e drogas. Segundo a denúncia, os policiais recebiam de R$ 2 mil a R$ 10 mil semanais de cada comunidade para detalhar com antecedência as operações que seriam realizadas.
“Era nítido que esses vazamentos aconteciam, já que os Policiais Militares chegavam nas unidades deflagradas e simplesmente não encontravam nada, não havia movimento algum, o que inclusive, começou a despertar a atenção do próprio comando da unidade”, avaliou a juíza.
Ainda segundo as investigações, o grupo de policiais trocava mensagens eletrônicas com traficantes de favelas de Antares e do Rodo, em Santa Cruz; Faz Quem Quer, Covanca, Jordão e Barão, em Jacarepaguá; Complexo do Lins, no Méier; Complexo do Chapadão, em Costa Barros; e Vila Ideal e Lixão, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

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