quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Motorista bebeu por 7h30 antes de acidente que matou namorada, aponta inquérito policial no ES

  O G1 entrou em contato com Ranielli por telefone, mas ele disse preferia não falar. O advogado dele, Igor Boiko, entrou em contato com a reportagem e disse que o cliente aguarda o inquérito para fazer a defesa. Ele disse que Ranielli está ajudando as vítimas.
Ranielli vai responder, segundo o delegado, por homicídio por dolo eventual, que é quando o acusado assume o risco e não se importa com resultado. Se for julgado, o condutor pode ficar preso até 31 anos.
Veja o que o delegado fala sobre Ranielli: “Ficou concluído que ele bebeu das 20 horas até as 3h30, de madrugada, na boate. As quatro pessoas consumiram cerca de 30 garrafas de cerveja. Eles fizeram um pequeno tour alcóolico. Temos fotos nas redes sociais em que o motorista segura um copo de cerveja, além dos depoimentos das amigas”, relatou o titular da Delegacia de Delitos de Trânsito, Alberto Roque.
“Está sedimentado que bebida e direção causam mortes e lesões. Isso não é um acidente e sim um crime. São vidas desperdiçadas e pessoas que ficam debilitadas por uma conduta imprudente de alguém que não demonstra zelo pela vida do próximo”, diz o delegado.

Depoimento

Segundo o depoimento de duas amigas, a comemoração do aniversário de Daniely começou em um barzinho, onde começaram a beber. Depois, eles passaram em um posto de gasolina onde também compraram outras cervejas.Jovem saiu para comemorar o aniversário em boate e morreu em acidente (Foto: Reprodução / Facebook)
Ao chegar na casa de shows, em um show de pagode, cada um dos quatro amigos compraram um balde com seis garrafas de cerveja 600 ml, além de outras quantidades avulsas.
Em depoimento, Ranielli afirmou que bebeu apenas uma long neck, mas as amigas dizem, em depoimento, que todos beberam a mesma quantidade de cerveja naquele dia.
Ranielli não fez o teste do bafômetro por ter quebrado uma perna e ter sido socorrido, mas o exame cadavérico de Daniely mostrou que ela estava no momento da morte com 13,2 decigramas de álcool por litro no sangue. Para ser considerado crime basta 6 decigramas de álcool por litro no sangue.
Ranielli disse à polícia que conhece os locais do fato. Ele confessou que entrou na contramão, mas não continuou em frente para tentar um retorno. “Assumiu o risco e não se importou com o resultado. Ao perceber não retornou à via ou encostou e tentou um retorno mais fácil”, disse.

Punições

O delegado Alberto Roque afirmou que não pediu a prisão de Ranielli, mas solicitou à Justiça que a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) seja suspensa e que ele seja impedido de frequentar bares e restaurantes, locais onde possa consumir bebida alcóolica. O inquérito foi concluído e será remetido ao Ministério Público do Estado (MP-ES). Ranielli vai responder por homicídio doloso, com dolo eventual, lesão corporal grave, pelas duas amigas que estavam no carro, e por lesão corporal leve, por causa de uma outra passageira, que estava em outro carro.

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