quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

ISP: negros e pardos são 67,5% de vítimas de crimes letais


crime 0107 1Um dia depois de a Anistia Internacional apontar que negros e pobres são vítimas preferenciais de crimes violentos no Brasil, dados divulgados nesta terça-feira (24) pelo Instituto de Segurança Pública do Rio confirmam que 67,5% das vítimas de crimes violentos no estado em 2015 foram negros e pardos, somando 3379 mortes.

A tabela, uma novidade do ISP, contabilizou 5.006 casos de letalidade violenta, que incluem homicídio doloso (quando há intenção de matar), com 4197 casos; homicídios decorrentes de intervenção policial, com 644 casos; latrocínio (roubo seguido de morte), com 133 mortes; e lesão corporal seguida de morte, com 32 mortes. 1702 casos, ou 33% do total, ocorreram na Baixada Fluminense.
Em 2014, foram registrados 5719 casos de letalidade violenta, com 4942 homicídios dolosos, 584 homicídios decorrentes de intervenção policial, 152 latrocínios e 41 lesões corporais seguidas de morte, com liderança da Baixada: 2218 casos, 38,7% dos casos.
Nos dois anos, a maior parte das vítimas era de homens: 88,2% em 2014 e 89,6% em 2015.
Cor da pele
Entre as vítimas de crimes letais de 2015, 46,4% são pardas e 23,1% delas são negras.  22% das vítimas de crimes de letalidade violenta são brancas. Segundo os dados computados pelo Departamento Geral de Tecnologia da Informação e Telecomunicações da Polícia Civil (DGTIT/PCERJ), 7,7% dos casos de letalidade violenta em 2015 não tiveram cor da pele informada.
Os números são um pouco menores que os apresentados em 2014: 45,7% eram pardos e 22,7% negros, representando 68,4% (3911) das 5719 vítimas de crimes de letalidade violenta no estado. Brancos representavam 21,9% dos casos, com 8,2% de cor de pele ignorada e 1,5% como não informados.
Mortes por intervenção policial
Em 2015, as mortes decorrentes de intervenção policial chegaram a 644, 10% a mais do que em 2014 e 54% a mais do que em 2013, quando o número de casos chegou a 416, o menor da década. Dos 644 casos, 77,2% envolviam negros ou pardos, indicando 497 mortes. 14,6% das vítimas eram brancas, e 8,8% não tiveram a cor de pele informada.
Em relação ao sexo, 98,4% das vítimas eram homens. Entre os que tiveram a idade informada, 24,4% tinham entre 18 e 29 anos.
O indicador foi o único dos quatro apresentados pelo ISP que subiu em relação a 2014, quando 73,4% das vítimas eram negras ou pardas, com 98,6% das mortes sofridas por homens. O percentual de vítimas entre 18 e 29 anos foi maior do que em 2015: 36,3% das vítimas
Homicídio Doloso
Entre os 4197 casos casos de homicídio doloso — com intenção de matar — no Rio em 2015, 1507 aconteceram nos municípios da Baixada Fluminense, com 35,9% dos casos. O meio mais empregado foi a arma de fogo, com 67,5% dos casos, e 4,5% com o uso de armas brancas. Os outros 28,5% envolvem homicídios provocados por asfixia, veneno, pauladas, pedradas, queimaduras e veneno. Entre as vítimas, 69% das vítimas são negras e pardas. Os homens também dominam as estatísticas, com 88,3% das vítimas de homicídio doloso no estado.
Os números de 2015 são menores em comparação a 2014, que teve 4942 homicídios dolosos praticados no Estado. Quase 2 mil destes casos ocorreram na Baixada Fluminense. Armas de fogo foram utilizadas em 62,7% das vezes. 33,8% das vítimas tinham entre 18 e 29 anos.
Latrocínios
Entre as 133 vítimas de roubo seguido de morte em 2015, 45,9% eram brancas. O percentual de negros e pardos soma 48,9% dos casos. O perfil se diferencia também na idade: 16,5% das vítimas tinham entre 30 e 59 anos de idade. A maior concentração de casos foi na capital, com 44 casos.
Em 2014, o número foi um pouco maior: 152 casos, 51 deles na capital. Em relação à idade, 61,2% das vítimas tinha entre 30 e 59 anos de idade.
Lesão corporal seguida de morte
Se 2014 teve 41 pessoas mortas em casos de lesão corporal seguida de morte, o número caiu para 32 em 2015, que teve o interior do estado como a região mais afetada, com 13 casos. Em 2014, os crimes aconteceram em maior número na capital, com 17 casos.
Mais de 90% das mortes por lesão corporal foram provocadas por socos, tapas ou pontapés. Armas de fogo e armas brancas foram utilizadas em pouco mais de 9% dos casos.
Em 2014, destaca-se um caso de lesão seguida de morte ocorrida em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, no contexto de violência familiar e doméstica. O gênero da vítima, no entanto, não foi informado no registro, assim como a idade e cor de pele.
Lesão corporal seguida de morte
Se 2014 teve 41 pessoas mortas em casos de lesão corporal seguida de morte, o número caiu para 32 em 2015, que teve o interior como a região mais afetada, com 13 casos. Em 2014, os crimes aconteceram em maior número na capital, com 17 casos.
Mais de 90% das mortes por lesão corporal foram provocadas por socos, tapas ou pontapés. Armas de fogo e armas brancas foram utilizadas em pouco mais de 9% dos casos.
Em 2014, destaca-se um caso de lesão seguida de morte ocorrida em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, no contexto de violência familiar e doméstica. O gênero da vítima, no entanto, não foi informado no registro, assim como a idade e cor de pele.

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