segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Imagens mostram situação precária no Hospital Pedro Ernesto, no Rio


Do G1 Rio
A crise no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) se agrava cada vez mais. As famílias dos pacientes têm que cuidar da limpeza da unidade. Faltam remédios, equipamentos estão quebrados e funcionários terceirizados e médicos residentes estão com salários atrasados. Conforme mostrado pelo RJTV, o cenário decadente é evidenciado pelo acúmulo de lixo nos corredores, que contam ainda com infiltrações e fiação exposta.
Com salários atrasados, os funcionários terceirizados da limpeza e da manutenção reduziram as atividades, resultando no acúmulo de lixo e avarias na infraestrutura. Na tarde desta sexta-feira (26), a equipe do RJTV esteve no hospital para conferir a situação e ouviu muita reclamação – de pacientes, acompanhantes e funcionários.
Rosicleia Correa é mulher de um paciente que está internado no HUPE. Ela contou que teve que limpar parte da enfermaria e chegou a emprestar o próprio aparelho de insulina ao marido. “Muito chato mesmo a gente ficar aqui num lugar e faltar medicamento, ter que procurar”, reclamou.
O aparelho de ressonância do hospital está parado há quase um mês. Ele precisa de refrigeração pra funcionar, mas isso não está acontecendo. O equipamento de tomografia também não funciona por falta de manutenção. A direção do hospital diz que precisa de umrepasse emergencial de quase R$ 5 milhõespara garantir o funcionamento básico da unidade.
Inaugurado na década de 1950, o HUPE é referência em cirurgias cardiovasculares e transplantes. Por causa da crise, iniciada em 2015, ele está com 270 leitos desativados. A direção diz que não tem condições de fazer operações ou qualquer tipo de atendimento por lá. Alguns pacientes chegaram a receber alta antes do tempo. Cirurgias e internações estão sendo canceladas.
“A gente precisa abastecer o hospital para receber pacientes e existe preocupação em relação à regularidade dos [trabalhadores] terceirizados, serviço de limpeza, manutenção que tem melhorado nas últimas semanas mas me preocupa para frente. Não adianta encher o hospital com 500 leitos, nós temos 230, sem ter certeza se vai ter limpeza adequada”, disse o vice-diretor do hospital, Carlos Eduardo Virgilli.
Além de atender a comunidade, o HUPE forma novos médicos, estudantes da UERJ. Os residentes estão com os salários atrasados. O de janeiro ainda não foi pago.
“O que queremos é que nosso cenário de prática e aprendizado esteja aberto e atuante, garantindo atendimento de qualidade à população. Mas, para isso, precisamos estar em dia com as bolsas, que outros também recebam em dia para perfeito funcionamento da instituição”, destacou o médico residente Vitor Alvarenga.

O governo do estado disse que não há prazo para deixar os pagamentos em dia e que encomendou as peças necessárias pra consertar os equipamentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário