Procurador e Secretário veem indícios de fraude eleitoral em Campos e SJB
Uma investigação pode ser deflagrada para apurar uma possível fraude eleitoral praticada por políticos da região, sobretudo de São João da Barra. Eleitores de Campos podem ter sido aliciados e apresentaram comprovantes falsos de residência com a finalidade de transferir o título de eleitor para o município de São João da Barra, em troca de benefícios e dinheiro. A fraude estaria sendo praticada por políticos e cabos eleitorais do município que tem uma população em torno de 35 mil habitantes, dos quais cerca de 33 mil aparecem como eleitores. Para que São João da Barra tivesse esse número de eleitores, até crianças teriam de votar.
A possível fraude foi levantada pelo procurador da prefeitura de Campos, Matheus José, e o secretário do Governo, Anthony Garotinho, durante o programa Entrevista Coletiva, na Rádio Diário FM, na manhã deste sábado(27). A quantidade anormal de pedidos de transferência de títulos e a possível fragilidade na comprovação dos endereços em São João da Barra, foi abordada durante esclarecimentos que o Procurador e o Secretário faziam sobre a exigência de apresentação do título de eleitor para o recadastramento, em Campos, da passagem social, e sobre a investigação anunciada pela Procuradoria Regional Eleitoral(PRE/RJ).
Garotinho esclareceu, inicialmente, os motivos que levaram a prefeitura a fazer o recadastramento.”A situação foi criada em função dos empresários de ônibus que não trocaram seus validadores, a bilhetagem, onde os cartões são passados. De acordo com edital, teriam que fazê-lo”, disse Garotinho, acrescentando que uma ampla investigação deveria ser feita em função de uma possível fraude eleitoral: “Há pessoas mais preocupadas com sua campanha do que com as pessoas que precisam da passagem social. Há interesse político nas matérias veiculadas. Temos de saber qual o motivo que leva esse grande número de pessoas que mora em Campos e votam em São João da Barra, Quissamã e São Francisco de Itabapoana. Vamos pedir ao Ministério Público que investigue. Estão fraudando a eleição de São João da Barra. Os eleitores recebem benefícios e dinheiro para ir para lá, especialmente eleitores da Baixada Campista”, afirmou Garotinho.
O procurador Matheus José destacou que a passagem social não pode ser interpretada como um programa de cunho eleitoral, e sim, social. “Temos toda tranquilidade na regularidade em requerer o título de eleitor para o recadastramento. O programa da passagem social não foi lançando esse ano, e sim em maio de 2009. Trata-se da continuidade do programa em benefício dos munícipes de Campos. Estamos cumprindo a lei, que exige o controle bilhetagem. Estamos cumprindo o deve de bem zelar pelo erário municipal”, explicou o procurador.
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