No Dia Internacional da Síndrome de Down, uma lição de amor
Thiago Macedo
Dedicação, incentivo e estímulo são fundamentais para o desenvolvimento dos portadores
No Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado nesta quinta-feira (21/03), o mundo inteiro presta homenagens aos portadores. Porém, muitos se esquecem de ressaltar e homenagear aquelas que lutam diariamente para que seus filhos tenham um espaço na sociedade, integrando-os e conduzindo-os para uma vida mais justa e igualitária: as mães.
A equipe do site Ururauconversou com a técnica de enfermagem e mãe de um menino de quatro anos portador da síndrome, Cláudia Márcia Barbosa Rangel, 46 anos. Cláudia comentou que se não houver incentivo, estímulo e dedicação por parte dos pais, a criança não se desenvolverá. Ainda segundo ela, a busca por bons profissionais, sejam médicos ou educadores, são primordiais para o crescimento e aprendizado dessas crianças.
“Se meu filho hoje é uma criança esperta e ativa foi porque eu sempre o estimulei e ofereci a ele os melhores profissionais especializados no assunto. O Ibrahim faz acompanhamento com fonoaudiólogo para incentivar a fala (a principal dificuldade, segundo a mãe, encontrada pelo garoto), com geneticista, além de fazer reposição hormonal (o pequeno nasceu com disfunções da glândula tireóide, uma das características dos portadores da doença) para regularizar a taxa. Tudo isso ajuda e muito no desenvolvimento intelectual dele, além de facilitar na inclusão perante à sociedade”, ressaltou a técnica de enfermagem.
Além do pequeno Ibrahim, Cláudia tem mais duas filhas de 26 e 23 anos, que também ajudam e colaboram no processo de desenvolvimento do menino. “Meu filho é uma criança encantadora e aonde chega logo dá um jeito de interagir com todos. Ele tem suas limitações, principalmente no que tange a resistência física, mas fora isso, o Ibrahim faz tudo que uma criança normal faz”, esclareceu.
COMEÇO DIFÍCILDe acordo com Cláudia, o início foi turbulento, pois a preocupação em como lidar com uma criança portadora de Down, quais cuidados a serem tomados, entre outras questões, eram desafiantes para ela. “Eu me sentia perdida, sem chão e me perguntava meu Deus por onde começar? Mas, através da pediatra e outros profissionais que me auxiliaram eu consegui superar o medo e encarar as dificuldades, que eram muitas, pois você quer dar o melhor, porém tem aquele receio de não conseguir acertar”, relatou.
PRECONCEITOSSegundo a técnica de enfermagem, antigamente havia muito preconceito, pois os portadores da Síndrome de Down eram tidos como doentes mentais. “Hoje em dia, ainda há, mas eu não me importo com a sociedade. Eu procuro mostrar a eles o outro lado da moeda e logo quebro esse paradigma, de que as pessoas com a patologia são mongolóides”, comentou Cláudia finalizando:
“Ainda encaro muita dificuldade com relação a escola, pois a inclusão, de fato, é só na teoria, na prática as coisas não são bem assim. O que tenho observado é que falta nas instituições profissionais qualificados para lidar com essas crianças”.
O Dia Internacional da Síndrome de Down foi proposto pela Down Syndrome International como o dia 21 de março, porque esta data se escreve como 21/3 (ou 3-21), o que faz alusão à trissomia do 21. A primeira comemoração da data foi em 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário