sexta-feira, 25 de março de 2016

Políticos da Região em planilha apreendida pela Lava Jato



Foram divulgados nesta terça-feira (22/03), documentos apreendidos pela Polícia Federal, que  listam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 18 partidos políticos. Este é o mais completo acervo do que pode ser a contabilidade paralela descoberta e revelada  pela força-tarefa da Operação Lava Jato.

Além dos políticos do cenário nacional e estadual, aparecem nas planilhas os nomes de cinco políticos da região, com possíveis valores repassados pela construtora. Segundo o site Uol, os valores não coincidem com as doações de campanha declaradas pela empresa. Na página 15 do arquivo 5 da operação, constam, dentre outros, os nomes da prefeita de Campos, Rosinha Garotinho, da filha dela, a deputada federal Clarissa Garotinho, do prefeito de Macaé, Dr. Aluízio e do prefeito de Rio das Ostras, Alcebíades Sabino. Rosinha ainda aparece em outro arquivo, este com os cargos discriminados e valores diferentes. No arquivo 9, página 16, aparece o nome do ex-governador Anthony Garotinho.       
As planilhas estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e conhecido no mundo empresarial como “BJ''. Foram apreendidas na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, realizada no dia 22 de fevereiro.
As planilhas são ricas em detalhes e serão utilizadas para ajudar a esclarecer se houve dinheiro de caixa dois da empreiteira para os citados.

Segundo o Jornal O Globo, também foram apreendidas na operação planilhas manuscritas, que seriam referentes a propinas pagas nos anos 80. Elas não servem mais como provas, mas indicam a conexão antiga com o poder público.

Ururau solicitou informações às assessorias de todos os citados e publicará as respostas a medida que chegarem. O primeiro a se pronunciar foi ex-deputado Anthony Garotinho, através de uma postagem feita as 14h28 em seu Blog, porém ele não cita a filha e nem a esposa e prefeita de Campos, Rosinha. "Quero me antecipar e esclarecer os fatos, porque quem não deve, não teme, e prova a verdade. Antes que pessoas inescrupulosas possam fazer qualquer associação entre o meu nome e o esquema da Lava Jato, quero deixar claro que meu nome aparece numa doação oficial, com CNPJ da campanha, e conta registrada no Banco Itaú, informada à Justiça Eleitoral, relativa à campanha de 2010, quando concorri para deputado federal. Quero afirmar categoricamente que não há qualquer citação ao meu nome relativo ao Petrolão, como meus adversários podem tentar insinuar. Ressalto ainda que misturar doações oficiais, legalmente declaradas à Justiça Eleitoral, de acordo com a lei então vigente, que permitia às empresas fazerem doações de campanha, com propinas, confunde as pessoas.  Agora é importante: reparem na planilha apreendida pela Polícia Federal, que foi feita uma doação de R$ 800 mil para o Comitê Financeiro Único do PR - RJ. Portanto é bom esclarecer tudo, porque tenho as mãos limpas, para que daqui a pouco não venha alguém querer insinuar que recebi propina. Esta é a verdade dos fatos", diz a publicação. 
Já as 16h06, o ex-deputado publicou "Antes de publicar a resposta no blog procurei verificar as doações eleitorais feitas à campanha da prefeita Rosinha Garotinho e Clarissa Garotinho, que também aparecem na tal lista que mistura doações oficiais com doações irregulares (propinas). Clarissa não foi candidata a prefeita em 2012, foi vice de Rodrigo Maia, e de fato, o candidato recebeu ajuda do diretório nacional e estadual do PR. Não há nada de irregular. 
Quanto à prefeita Rosinha Garotinho, como vocês podem observar na reprodução acima, do total de sua campanha, mais de 90% foram repasses dos diretórios estadual e nacional, com CNPJ / CPF e número do recibo eleitoral. Exatamente como determina a lei. 
Não me preocupa o fato de meu nome aparecer nessa lista, porque, diferente de outras situações, trata-se de uma constatação normal de doação que está declarada na minha prestação de contas feita ao TRE-RJ, assim como os casos de Rosinha e da minha filha Clarissa. Também não me preocupa a possibilidade de algum opositor tentar deformar os fatos, porque acredito que as investigações apontarão a realidade. 
Quanto à Operação Lava Jato, torço para que ela contribua realmente para passar o nosso país a limpo, dentro dos preceitos constitucionais e do Estado Democrático de Direito"
Em sua fanpage a deputada federal Clarissa Garotinho disse "Em virtude do meu nome constar numa lista de doações da Odebrecht no ano de 2012 esclareço os seguintes fatos:
1- Não disputei diretamente as eleições de 2012, ocasião em que fui candidata à vice-prefeita na chapa do deputado federal Rodrigo Maia.
2- A ajuda dada pelo meu partido à campanha do Rodrigo Maia foi absolutamente legal, registrada nas despesas do diretório do PR, nas receitas do comitê financeiro do candidato Rodrigo Maia e informada à justiça eleitoral. Tudo devidamente conforme a lei"
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Site Ururau tentou, por telefone, uma explicação sobre os valores reais repassados aos três candidatos, incluindo as datas das transações, junto ao advogado do Partido da República (PR), mas o mesmo não atendeu as ligações.
As listas com os nomes e as respectivas planilhas completas podem ser acessadas aqui.



 Fonte Com informações do Uol e O Globo

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