quarta-feira, 30 de março de 2016

Laudo aponta asfixia em suspeito de roubar carne em supermercado no ES


Daniela CarlaDa TV Gazeta
O laudo do Departamento Médico Legal (DML) de Vitória apontou que o homem de 28 anos que morreu dentro de um supermercado na Serra, na Grande Vitória, nesta terça-feira (29), após roubar carne, foi asfixiado. Após o resultado da causa morte, dois seguranças do estabelecimento foram presos na manhã desta quarta-feira (30).
Em depoimento, os seguranças disseram que o homem desmaiou após ser imobilizado pelos braços. Após o laudo, o delegado responsável disse que eles vão responder por homicídio qualificado, pelo motivo fútil, asfixia, com dolo eventual.
Homem morreu dentro de supermercado na Serra (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Homem morreu dentro de supermercado na Serra
(Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Ocorrência
A polícia informou que a vítima, Jhonatam Barbosa, roubou duas picanhas, mas, na saída, o alarme do estabelecimento disparou. Ele correu e foi seguido por dois seguranças até um terreno baldio, perto do supermercado, no bairro Laranjeiras.
Ainda segundo a polícia, os seguranças disseram que duas pessoas que passavam pelo local ajudaram a conter o rapaz. Depois disso, Jhonatam foi levado de volta ao estabelecimento.
Em depoimento à polícia, os seguranças disseram que levaram o rapaz para um corredor do supermercado que dá acesso às salas administrativas. Eles contaram que ficaram no máximo cinco minutos com o suspeito, o imobilizaram pelo braço, e ele desmaiou.
Durante o relato, os seguranças contaram que quando a polícia chegou ao estabelecimento veio a suspeita de que a situação era grave. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado, mas quando chegou ao local o jovem já estava morto.
Terreno baldio onde o vítima foi imobilizada pelos seguranças, espírito santo (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Terreno baldio onde o vítima foi imobilizada pelos
seguranças (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Os seguranças, de 22 e 26 anos, foram levados para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestarem depoimento. Mas acabaram presos assim que saiu o resultado do exame no corpo de Jhonatam.
Para o delegado Rodrigo Sandi Mori, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os seguranças disseram que acreditavam que Jhonatam estava fingindo.
“Ele estaria dormindo, mas na hora que os policiais chegaram e foram algemar a vítima, eles constataram que o homem já estava desacordado e possívelmente, em óbito. Diante do exame cadavérico, morte por asfixia, intimei todos os segurnaças e pelos depoimentos prestados, e pelo laudo, autuei os dois por homicídio qualificado, pelo motivo fútil, asfixia, com dolo eventual", explicou o delegado.
Rodrigo Sandi Mori explicou que ainda não é possível saber como o jovem foi sufocado. "No exame cadavérico não há lesões externas no corpo da vítima, não dá para afirmar qual o meio utilizado, empregado na asfixia. O que nós temos é que no exame existem sinais de que ele foi morto por asfixia, como bolhas  e alguns fragmentos vermelhos nos pulmões", disse Sandi Mori.
Jhonatam já foi preso por furto e tráfico de drogas. Mesmo assim, o delegado alerta que seguranças não devem tentar resolver sozinhos situações como essa.
"O procedimento é, se houve um furto, segura a pessoa, não toma nenhuma atitude. Chama a polícia que vai tomar todas as medidas cabíveis para decidir sobre o fato", explicou.
Supermercado
A reportagem conversou com o advogado do supermercado Carone, onde a vítima morreu. Jovacy Peter Filho disse que as investigações devem ser o mais transparentes possível.
“Há uma versão dos funcionários e a gente precisa dar um crédito a isso. Há um laudo pericial, que aponta que houve asfixia, esse laudo pode ser objeto de questionamento, tal como as versões. O fato é que a asfixia pode ter acontecido, mas não se sabe por quem. Existem indícios e é importante que a gente dê crédito a investigação. Esperamos que esta investigação se dê da forma mais transparente e técnica possível”, disse Filho.
O advogado do Grupo Carone questionou o laudo do DML. “Temos que discutir se esta prova produzida é uma prova que reflete o estado do corpo da vítima. Com todo respeito ao médico que prestou esse laudo, mas todos nós podemos, eventualmente, sermos questionados no nosso labor. A conduta inicial é reafirmar esse laudo para que a gente possa conduzir o melhor caminho possível”, disse.
Jovacy Peter Filho disse que a empresa se solidariza com a família da vítima e com a dos funcionários. A família da vítima ainda não procurou o Grupo Carone, mas, segundo o advogado, a empresa está disponível para prestar a assistência necessária. 
Ele também falou que espera que todas as informações sejam prestadas e que a verdade venha à tona. O advogado contou, ainda, que os funcionários afirmam que assumiram todas as posturas, diligências e procedimentos necessários exigidas pelo estabelecimento.

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