A queda de parte da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, na Zona Sul do Rio, na manhã desta quinta-feira (21), deixando pelo menos dois mortos, inclui a obra em uma lista de instalações do município que apresentaram problemas pouco depois de serem inauguradas.
O acidente repercutiu na imprensa internacional e o britânico "The Guardian" chegou a afirmar que a queda da ciclovia prejudica a credibilidade em relação a padrão de segurança e em engenharia da sede das próximas Olimpíadas. O jornal lembrou ainda que faltam pouco mais de 100 dias para o evento e considerou o acidente um “golpe ao prestígio do Rio de Janeiro.”
O trecho de cerca de 20 metros desabou pouco mais de três meses após a inauguração da ciclovia, que custou R$ 44 milhões. O engenheiro civil e conselheiro do Crea-RJ, Antônio Eulálio, declarou à GloboNews que acredita que houve "uma falha de projeto".
O trecho de cerca de 20 metros desabou pouco mais de três meses após a inauguração da ciclovia, que custou R$ 44 milhões. O engenheiro civil e conselheiro do Crea-RJ, Antônio Eulálio, declarou à GloboNews que acredita que houve "uma falha de projeto".
O acidente na Niemeyer está longe de ser um fato isolado. O G1 fez um levantamento das obras que tiveram problemas depois de inauguradas. A Prefeitura do Rio não enviou nota até a atualização desta reportagem. Veja abaixo.
Engenhão
Em março de 2013, o estádio João Havelange, o Engenhão, foi interditado por tempo indeterminado. O prefeito Eduardo Paes decidiu interditar o estadio inaugurado às vésperas do Pan de 2007, após o laudo de uma empresa alemã, feito a pedido da Odebrecht e da OS, apontar problemas na cobertura.
Imagens encontraram ferrugem na estrutura metálica que sustentava a cobertura. Na época, o engenheiro Marcos Vidigal, representante do Consórcio Engenhão, disse que o problema não teria relação com uma suposta aceleração da obra para os Jogos Pan-Americanos.
Em março de 2013, o estádio João Havelange, o Engenhão, foi interditado por tempo indeterminado. O prefeito Eduardo Paes decidiu interditar o estadio inaugurado às vésperas do Pan de 2007, após o laudo de uma empresa alemã, feito a pedido da Odebrecht e da OS, apontar problemas na cobertura.
Imagens encontraram ferrugem na estrutura metálica que sustentava a cobertura. Na época, o engenheiro Marcos Vidigal, representante do Consórcio Engenhão, disse que o problema não teria relação com uma suposta aceleração da obra para os Jogos Pan-Americanos.
Rachaduras na Vila do Pan
Também em 2013, moradores da Vila do Pan viram o investimento que fizeram se transformar em um problema. A área em volta dos prédios estava cedendo e os edifícios estavam com rachaduras.
Também em 2013, moradores da Vila do Pan viram o investimento que fizeram se transformar em um problema. A área em volta dos prédios estava cedendo e os edifícios estavam com rachaduras.
O Conselho Regional de Engenharia (Crea-RJ), que já tinha visitado o local em 2009, afirmou, na época, que a situação se agravou com o passar do tempo.
Segundo um consultor do Crea, o terreno é formado por argila muito mole e houve falha no projeto. “Isso foi provocado pela ausência do tratamento geotécnico durante a construção, no entorno visando provocar o rebaixamento do solo antes de colocar todo o aterro definitivo”, explicou o engenheiro na época.
Segundo um consultor do Crea, o terreno é formado por argila muito mole e houve falha no projeto. “Isso foi provocado pela ausência do tratamento geotécnico durante a construção, no entorno visando provocar o rebaixamento do solo antes de colocar todo o aterro definitivo”, explicou o engenheiro na época.
A obra na área externa dos prédios afundou abrindo crateras e destruindo calçadas e redes de água e esgoto. Alguns acessos foram inerditados. Moradores reclamaram da desvalorização dos imóveis.
'Elefante branco'
A Cidade da Música, na Barra da Tijuca, projetada na prefeitura de César Maia, durou mais de uma década para ser inaugurada. A obra começou no dia 26 de dezembro de 2002, com o objetivo de ser o principal pólo de cultura no Rio e sede da Orquestra Sinfônica Brasileira.
A Cidade da Música, na Barra da Tijuca, projetada na prefeitura de César Maia, durou mais de uma década para ser inaugurada. A obra começou no dia 26 de dezembro de 2002, com o objetivo de ser o principal pólo de cultura no Rio e sede da Orquestra Sinfônica Brasileira.
As despesas foram consideradas ''farra com dinheiro público" pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), aberta pela Câmara os Vereadores em 2009. O relatório apontou indícios de fraudes em licitações e superfaturamento de preços nas obras.
Ainda em 2009, o arquiteto responsável pela Cidade da Música, Christian de Portzamparc, confirmou que houve erro na execução do projeto. O arquiteto disse que o acabamento da Cidade da Música foi feito às pressas e que alertou a prefeitura sobre erros da execução. Portzamparc disse que muitas falhas acabaram sendo mantidas por causa da urgência do então prefeito Cesar Maia de acabar a construção.
Ao longo dos anos, as obras foram paralisadas diversas vezes e anunciadas como concluídas. Em dezembro de 2008, César Maia chegou a fazer uma cerimônia de inauguração. Mas a conclusão foi deixada para o governo de Eduardo Paes, que rebatizou o local para o nome de Cidade das Artes. O local foi oficialmente inaugurado em janeiro de 2013.
Ainda em 2009, o arquiteto responsável pela Cidade da Música, Christian de Portzamparc, confirmou que houve erro na execução do projeto. O arquiteto disse que o acabamento da Cidade da Música foi feito às pressas e que alertou a prefeitura sobre erros da execução. Portzamparc disse que muitas falhas acabaram sendo mantidas por causa da urgência do então prefeito Cesar Maia de acabar a construção.
Ao longo dos anos, as obras foram paralisadas diversas vezes e anunciadas como concluídas. Em dezembro de 2008, César Maia chegou a fazer uma cerimônia de inauguração. Mas a conclusão foi deixada para o governo de Eduardo Paes, que rebatizou o local para o nome de Cidade das Artes. O local foi oficialmente inaugurado em janeiro de 2013.
Descarga elétrica e lixo em BRT
Sistema de transporte coletivo do Rio de Janeiro, o BRT (Bus Rapid Transit) foi inaugurado em 2012 para trafegar em um corredor exclusivo e ser uma alternativa mais rápida de viagem para os passageiros. No início deste ano, um menino de quatro anos recebeu uma descarga elétrica dentro da estação do BRT, em Madureira.
Sistema de transporte coletivo do Rio de Janeiro, o BRT (Bus Rapid Transit) foi inaugurado em 2012 para trafegar em um corredor exclusivo e ser uma alternativa mais rápida de viagem para os passageiros. No início deste ano, um menino de quatro anos recebeu uma descarga elétrica dentro da estação do BRT, em Madureira.
Ao tentar passar pela catraca, a criança ficou presa e recebeu o choque. O menino foi internado em estado grave, no Hospital Albert Schweitzer, Realengo, na Zona Oeste do Rio.
Também este ano, às vésperas das Olimpíadas, as obras na Barra da Tijuca ficaramcompletamente paradas. As imediações do Terminal Alvorada acabaram virando local de acúmulo de lixo e de entulho.
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