quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Especialistas alertam para fim do período de chuvas no RJ


Mesmo após melhora no nível dos reservatórios, eles recomendam economia.
'Temos mais um mês e meio de chuvas até o período seco', diz governo.

Janaína Carvalho e Marcelo ElizardoDo G1 Rio
Vista da represa de Santa Branca, que pertence a Bacia do Paraíba do Sul, em São Paulo, e está com 0,34% de volume útil nesta segunda-feira. A represa pertencente à Light e abastece parte do Rio de Janeiro.  (Foto: Nilton Cardin/Estadão Conteúdo)Santa Branca saiu do volume morto
(Foto: Nilton Cardin/Estadão Conteúdo)
Apesar de o Rio de Janeiro não ter mais reservatórios que operam no volume morto, especialistas afirmam que a crise hídrica ainda não terminou. O principal alerta é sobre o fim do período de chuvas. Portanto, a partir de abril, o Rio Paraíba do Sul não terá a mesma facilidade para se abastecer com água da chuva.
O subsecretário de ambiente do Rio de Janeiro, Antônio da Hora, voltou a pedir à população que economize água, para que não falte abastecimento a partir do meio do ano.
“Todos os reservatórios subindo, estamos em período de chuvas. A população está se mobilizando. Só que temos mais um mês e meio de chuvas e entramos no período seco. É importante a população continuar a economia. Um ano atrás estávamos em uma situação muito melhor”, disse o secretário.
Apesar de o reservatório de Santa Branca (SP), um dos quatro que abastecem o estado, ter saído do volume morto, o nível da bacia do Rio Paraíba do Sul continuava baixo na terça-feira (24): 7,49%, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA). Apesar de apenas 26 municípios do Rio de Janeiro serem dependeram do rio, cerca de 10 milhões de pessoas utilizam suas águas. A população do estado é de aproximadamente 16 milhões de pessoas.
O diretor de Distribuição e Grandes Operações da Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae), Edes Fernandes, explica que através de uma série de ações simples do dia a dia é possível poupar água, sem perder qualidade de vida.

“Nesse primeiro momento, a gente pede que as pessoas economizem água sem perder o conforto, como fechar a torneira ao escovar os dentes, tomar banho e ao se ensaboar fechar o chuveiro. Não é uma água que você está usando, ela está escondo pelo ralo”, disse Edes, ressaltando que outras ações como lavar a calçada com balde e o carro com um pano molhado, evita o desperdício sem perder o conforto e a higiene.
Raio-X da Bacia do Paraíba do Sul (Foto: Editoria de Arte/G1)
Santa Branca sai do volume morto
O reservatório de Santa Branca (SP) saiu do volume morto, segundo dados publicaos nesta terça-feira (24) no boletim diário da Agência Nacional de Águas (ANA). Desta forma todos os quatro reservatórios que abastecem o estado do Rio de Janeiro operam no volume útil.
De acordo com a ANA, o nível de água em relação à capacidade do reservatório atingiu 0,08%, já considerado volume útil.
No início de fevereiro, o reservatório de Paraibuna (SP) também já havia saído do volume morto após chuvas elevarem o nível do Rio Paraíba do Sul. Nesta terça, o volume do Paraibuna estava com 1,93% do volume útil, um pouco abaixo da mediçaõ anterior, quando o reservatório atingiu 2,01%.
Os quatro reservatórios – Paraibuna (SP), Santa Branca (SP), Jaguari (SP) e Funil (RJ) – utilizam água do Rio Paraíba do Sul, que passa por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os dois primeiros atingiram o volume morto – parcela de água que precisa ser puxada por bombas – no fim de janeiro.
O reservatório de Santa Branca tem capacidade para armazenar 438,5 bilhões de litros d’água, de acordo com a Agência Nacional de Águas. O valor é a soma do volume útil e volume morto. No caso de Santa Branca, o segundo dado representa 29,93% da capacidade de armazenamento total. Ou seja, o volume morto de Santa Branca tem 131,2 bilhões de litros d’água.

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