Morte de integrantes do MST em Campos tem ligação com a violência no campo e o tráfico de drogas
Audiência pública foi realizada pela Alerj no plenário da Câmara de Vereadores de Campos
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa RJ (Alerj) realizou uma audiência pública nesta segunda-feira(17/06), no plenário da Câmara Municipal de Campos. A audiência foi solicitada pelo deputado estadual Marcelo Freixo, presidente da Comissão, e teve como foco a violência no campo. Dois casos serviram de referência para os debates: os assassinatos, no início deste ano, dos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra(MST), Regina dos Santos, em Travessão, e Cícero Guedes, em Cambaíba. Os delegados responsáveis pelas investigações revelaram que os casos têm ligação com a violência no campo e o tráfico de drogas.
O representante estadual do MST, Marcelo Durão, disse que a ausência do Incra, de juízes, e do Ministério Público prejudicou audiência. “A maioria dos pedidos de prisão está com o Judiciário. Existe uma espécie de travamento no processo de reforma agrária”, enfatizou Durão.
Delegados fazem revelações sobre morte de integrantes do MST
O delegado titular da 146ª DP/Guarus, Carlos Augusto Guimarães, revelou que o crime que teve como vítima a trabalhadora Regina dos Santos Pinho, está relacionado à violência no campo . “A investigação está em curso. Em breve a sociedade campista saberá o que aconteceu. O crime teve ligação com a violência no campo”, declarou.
Já o delegado titular da 134ª DL/Centro, Geraldo Assed, salientou que todos os envolvidos com a morte do trabalhador Cícero Guedes são ligados ao tráfico de drogas na cidade e foram indiciados. “O mandante do crime está preso e três suspeitos de serem executores foram identificados e também indiciados”, revelou.
Durante a audiência, os membros da comissão lembraram que há uma investigação em curso na Polícia Federal em relação a uma suposta ligação de funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) com assentados na comercialização de lotes do assentamento Zumbi dos Palmares. A denuncia foi feita por um integrante do MST em Campos.
O presidente da Câmara Municipal de Campos, Edson Batista, defendeu que os responsáveis pelos assassinatos de Cícero Guedes e Regina Santos, ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), sejam exemplarmente punidos. A afirmação dele foi durante a realização de uma audiência pública realizada na Casa, solicitada pelo deputado estadual Marcelo Freixo, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, sobre a violência no campo em Campos e na região. O vereador também defendeu a implantação no município de uma delegacia especializada e um melhor suporte para a polícia técnica.
“Foi uma audiência pública extremamente produtiva, queremos que esse processo avance e os culpados pelo crime sejam exemplarmente punidos. É necessário que se instale em Campos uma delegacia especializada e que a polícia técnica tenha um melhor suporte”, destacou o presidente do Poder Legislativo.
De acordo com Freixo, o próximo passo da Comissão será enviar um relatório contendo informações sobre a Audiência Pública ao Incra, Polícia Federal, Tribunal de Justiça (TJ) e ao Tribunal Regional Federal (TRF), além de solicitar uma audiência com o juiz da 1º Vara Federal. O parlamentar também defendeu a implantação de uma delegacia de homicídios em Campos, e prometeu preparar uma indicação legislativa.24 horas
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