Carlos Grevi
Trabalhadores estão há mais de 42 horas descumprindo liminar judicial
Completando mais de 72 horas de braços cruzados, destas mais de 42 em descumprimento àliminar que decretou o fim imediato da greve e já acumulando R$ 20 mil em multa, os rodoviários fecharam a BR na manhã desta terça-feira (29/04), por volta de 09h30, na altura do km 54, próximo ao aeroporto Bartolomeu Lisandro.
Motoristas e cobradores se reuniram embaixo da Ponte Leonel Brizola, próximo à sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Cargas e Passageiros de Campos e seguiram para manifestação que além de protestar contra a decisão que decretou o fim imediato da greve, pede reajuste salarial de 17%, plano de saúde, além de outros benefícios, como cesta básica e uniforme gratuito, já que atualmente os funcionários pagam pelo uniforme de trabalho.
O presidente do sindicato, Roberto Virgílio, conversou com a equipe do Site Ururau na manhã desta terça e disse que decisão da juíza é arbitrária porque o motivo do cancelamento total da greve teria sido o fato do sindicato não ter comunicado a mesma com 72 horas de antecedência.
O presidente do Instituto Municipal de Trânsito e Transportes (IMTT), Álvaro Oliveira, encaminhou um ofício nesta segunda (28/04) à Procuradoria Geral do Município, comunicando o desrespeito à decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Em nota o presidente do IMTT disse que respeita a reivindicação de melhores salários dos rodoviários, mas também o direito de ir e vir da população.
“São 300 mil usuários que dependem diretamente do transporte coletivo em Campos. E se a Justiça determina que tem que rodar os 30% da frota, esta decisão deve ser cumprida, bem como se a Justiça determinar que se rode os 100% da frota”, disse Álvaro.
Os trabalhadores concordaram e permitiram somente a passagem de ambulâncias até a chegada do Corpo de Bombeiros Militar, que apagou as chamas e limpou a pista.
A Polícia Militar também esteve no local, assim como agentes da Autopista Fluminense que revelaram que o engarrafamento provocado pela manifestação atingiu cerca de 2,5 km nos dois sentidos da rodovia.
“Até agora nenhuma das 13 empresas falou nada e dependemos delas para avaliar a situação da greve. Apenas duas empresas estão atuando, uma com 30% da frota e a outra com a quantidade normal porque os funcionários já receberam 10% de aumento. Conversamos com os trabalhadores e eles estão irredutíveis, enquanto não tiver acordo ninguém volta pra rua”, explicou.
Minutos antes outros dois homens foram abordados em uma motocicleta depois de denúncia de que eles estariam armados. Agentes da PRF e PMs abordaram os suspeitos, mas nada de irregular foi encontrado.
No início da tarde, os rodoviários seguiram em caminhada pacífica pela Avenida 28 de Março, saindo da frente do Parque Alzira Vargas, até a rodoviária Roberto Silveira, encerrando o ciclo de manifestações desta terça.
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