Desesperada, mãe tenta recuperar filha levada para São Paulo pelo pai
Mauro de Souza
Criança, hoje com oito anos, saiu de Campos em 2005 e nunca mais voltou
Uma mãe tenta de todas as formas recuperar sua filha, hoje com oito anos, que teria sido levada de Campos para São Paulo pelo suposto pai no ano de 2005, quando a criança estava com 11 meses. Segundo a mãe da menina, Clícia Cristina Barros Ribeiro, hoje com 24 anos, mas na época com 15, H.P.C., 51 anos, que é caminhoneiro e mora em Ribeirão Preto, interior paulista, levou a criança dizendo que iria para passar o natal com a filha e levar a mesma para conhecer a família dele, e desde então nunca mais retornou.
Ainda segundo Clícia, na época ela chegou procurar a Polícia Civil, o Conselho Tutelar e o Ministério Público, mas eles nada podiam fazer, pois a jovem não tinha o endereço do pai da criança em São Paulo. “Ele levou minha filha e disse que logo iria trazer. Como eu não estava mais com ele, comecei a procurar pela menina e ele me ameaçou, dizendo que se eu não voltasse pra ele, eu jamais iria ver a criança novamente. Depois de um tempo ele parou de ameaçar e sumiu de vez”, contou a jovem.
Clícia disse que mesmo H. tendo sumido sem deixar endereço, ela sabia que ele era de São Paulo. “Me contaram até que ele havia se mudado da onde ele vivia. Ele tinha 44 anos na época, e me disse que era separado da mulher, mas depois também descobri que ele não era divorciado. No tempo em que eu fiquei com o H. a gente viajava de caminhão, ele sempre me levava nas viagens”, relembrou.
Em janeiro deste ano, a jovem, na esperança de encontrar alguma pista da pequena M.R.C., pela internet, achou o que tanto procurava. Segundo Clícia, no Google, ela escreveu seu nome juntamente com o sobrenome do caminhoneiro e teve uma desagradável surpresa. Em um site da Justiça de Ribeirão Preto, constava já lavrado no Cartório da Infância e da Juventude de lá, um processo de Destituição do Poder Familiar Cumulada com Adoção, por abandono de incapaz.
“No processo está que eu abandonei e que eu mesma dei a menina pra ele, sendo que, quando ele foi pegar minha filha, ela estava com a minha mãe e não comigo, então como que eu dei a criança? A mulher dele já esta até com a guarda provisória da minha filha. Mas, acontece que em momento nenhum abandonei a M. Hoje minha filha tem oito anos e desde que ela saiu daqui eu nunca mais a vi”, lamentou Clícia, que na época morava no Parque Presidente Vargas, em Guarus.
CONSELHO TUTELAR DIZ QUE NÃO PODE FAZER MAIS NADADe acordo com a conselheira Fabíola dos Santos, Clícia teria procurado o Conselho em janeiro deste ano, pedindo ajuda ao órgão para tentar achar sua filha. Fabíola mencionou que a jovem teria dito a ela que já havia procurado pelo órgão público em outra época, mas, segundo a conselheira, não há nenhum registro que confirme a vinda da mesma em outra data.
“Quando ela nos procurou ela disse que estava buscando no Google alguma maneira de saber notícia da filha. Foi ai que ela teve a informação de que a menina estava para ser adotada, e imediatamente nos procurou. Eu mesma a atendi e logo liguei para o Ministério Público, que disse que esses trâmites correm em sigilo e ela teria que ir lá, já que o processo foi lavrado no cartório de São Bernardo, portando de todos os documentos e processos do caso, e explicar toda a situação. Ela foi e constituiu um advogado pela Defensoria Pública de lá e está em processo. Mas, acontece que ela já está no extremo. Ela se tornou uma mulher depressiva e vive a base de remédios”, relatou Fabíola.
Para a conselheira Nádia de Azevedo, esta é uma situação bastante complicada. “Uma criança pode viajar com o pai, só que para constar que aquilo foi um sequestro a mãe teria que ter uma guarda definida da criança. Mas, a princípio não havia nada disso, e subentende-se que a guarda era dos dois”, informou.
ESPERANÇAMesmo diante de toda a situação, Clícia acredita que em breve poderá estar novamente com sua filha e matar a saudade da pequena M. “Hoje eu tenho o endereço dele porque meu advogado me passou todas as informações, mas também não posso mexer com nada, porque o advogado pediu pra que deixasse tudo nas mãos dele. Tenho esperança de que irei conseguir minha filha de volta. Eu sei que pra ela vai ser difícil a adaptação, mas eu só quero que ela saiba que eu não a abandonei, e que desde que ela foi levada de mim, eu nunca deixei de procurá-la”, disse emocionada a jovem.
A equipe do Site Ururau foi até ao Ministério Público Estadual (MPE) procurar pela promotora da Infância e Juventude, Anik Rebelo, que estaria a par do caso da menina, mas a mesma não foi encontrada.
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