Além de Campos, 'fantasma' assombrou o Estado, Alerj e a Polícia Civil
Reprodução / Ururau
Empresa GAP prestou serviço em outros órgãos no Estado do Rio
O fantasma assombrou outras repartições públicas do Estado do Rio de Janeiro, e não somente a Prefeitura Municipal de Campos, ao menos, foi o que apresentou em seu blog o deputado federal Anthony Garotinho (PR) na tarde deste domingo (19/05), em resposta a denúncia apresentada pela Revista Época na última sexta-feira (17/05), quando apresentou dados da empresa GAP Comércio e Serviços Especiais, de suposto empresário e fantasma George Augusto Pereira.
Segundo a apuração feita pela Época, o RG utilizado na documentação da empresa pertence a uma paraibana, de 48 anos, que não tem ligação alguma com a GAP. A empresa é proprietária de ambulâncias locadas pela Prefeitura de Campos, também, pois os serviços foram prestados pela empresa que tem um fantasma como proprietário com 99,8% das ações, ao governo do Estado, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e a Polícia Civil.
A Prefeitura de Campos divulgou uma nota oficial neste sábado, afirmando que os pagamentos feitos a empresa foram feitos com prévia verificação de regularidade e análise de todas as certidões. Agora caberá também ao Estado, Polícia Civil e Alerj explicarem também como pagaram com erário público a empresa de um ‘fantasma’.
Com a documentação publicada em seu blog, Garotinho apresenta valores e demais dados das negociações que superam o valor de R$ 1,4 milhão. Só pela Polícia Civil o valor pago foi de R$ 1.143.908,96 e pelo Fundo Estadual de Saúde, do governo do Rio, mais R$ 257.039,08.
Em nota, o deputado federal Anthony Garotinho declarou no sábado (18/05): “Não conheço, nunca vi, nem ao menos sei quem é o senhor George Augusto Pereira, se alguém praticou fraude em documentos públicos, o fez contra os governos federal, estadual e municipal”.
Mas não é só o Garotinho que nunca o viu e as fraudes documentais cometidas se estendem, ao menos até agora, a outros órgãos públicos no estado.
A matéria destaca ligações da empresa com o deputado por este ter carro oficial de seu gabinete alugado com a GAP e na Prefeitura de Campos, onde presta serviço de carros e ambulâncias terceirizadas.
Diante das denúncias apresentadas pela Revista Época, as fraudes ocorreram no âmbito federal, com a produção de CPF falso; estadual, com a expedição de Identidade falsa e ainda na Junta Comercial.
Sobre o representante oficial da empresa, o deputado jogou toda responsabilidade fazendo ainda uma série de argumentações. “Quem sempre se apresentou como representante da empresa foi o senhor Fernando Trabach, que deve ser o autor de diversas irregularidades não só contra a Prefeitura de Campos. O CNPJ utilizado para enganar de Prefeitura de Campos é o mesmo utilizado em todos os órgãos estaduais, até mesmo a Polícia Civil. Se o senhor Fernando Trabach inventou um fantasma e conseguiu enganar até mesmo a Polícia Civil, o que falar das prefeituras já que ele não prestava serviços apenas para Campos. Até porque o CNPJ é válido. Se ele apresentou CPF falso, alguém o ajudou na Receita Federal. Se ele conseguiu carteira de identidade falsa do Instituto Félix Pacheco, alguém o ajudou dentro da Polícia Civil, a quem o órgão está subordinado. Como alguém consegue com tantos documentos falsos registrar uma empresa na Junta Comercial do Estado, órgão do governo estadual?”.
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