Um policial militar, colega do sargento Hudson Silva Araújo, de 46 anos, que foi morto na comunidade do Vidigal, Zona Sul do Rio, neste fim de semana, criticou o sucateamento da corporação e as condições de trabalho dos policiais militares. O policial estava na corporação há 15 anos e fazia planos de se aposentar. Ele foi o 91º PM morto em 2017 no estado.
“A viatura não funciona. Colete vencido, não tem fuzil, não tem arma nenhuma. E estamos aí. Sempre a mesma coisa e ninguém toma uma atitude”, disse o policial que preferiu não se identificar.
O especialista em Segurança Pública, Paulo Storani, lamentou e questionou a atual situação da polícia no Rio de Janeiro.
“Os policiais estão sendo abatidos durante o serviço e fora do serviço. Aquelas pessoas que destinaram as suas vidas para proteger as outras, que são os nossos policiais, estão morrendo. A pergunta vai ser: e quando não tiver mais policiais? Quem vai defender a sociedade? Não existe na história do estado do Rio de Janeiro e nem do país uma situação como se vive hoje aqui no Rio”, disse Storani.
O sargento Hudson foi o primeiro policial morto, no Vidigal, desde que a UPP foi instalada na comunidade, em janeiro de 2012. Os moradores dizem que a situação no morro era calma, mas mudou de uns tempo pra cá.
Após a morte do policial militar, a segurança foi reforçada na comunidade do Vidigal. A PM faz operações na comunidade desde domingo (23) para tentar encontrar os criminosos que mataram o sargento. De acordo com a polícia, três suspeitos já foram identificados.
A Polícia Militar informou que há quase 50 mil coletes em estoque, todos novos, e que as fardas são fornecidas pelo estado na graduação de cabos e soldados. Os servidores das demais patentes adquirem as fardas com recursos próprios. A PM disse também que as UPPs vão passar por uma reestruturação, e que o novo plano estratégico será divulgado em breve.
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