segunda-feira, 31 de julho de 2017

Insegurança faz igrejas fecharem mais cedo ou nem abrirem na Grande Vitória

Igreja fechada na Grande Vitória por conta da violência (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
Os constantes assaltos a igrejas evangélicas e católicas fizeram os templos fecharem mais cedo ou nem abrirem na Grande Vitória. Em alguns casos, os cultos são feitos na casa dos fiéis.
A secretaria paroquial, Regina Célia Gomes Soares, disse que em um ano mais da metade das 13 comunidades ligadas a Igreja Católica Matriz de Jardim América, em Cariacica, registraram casos de violência.
“Sete das nossas comunidades ou já foram arrombadas ou as lideranças da própria comunidade sofrem tentativas de assalto. Nós tivemos uma que o carro dela foi roubado e ela ainda teve que ensinar o bandido a dirigir porque ele não sabia”, disse.
Depois de um assalto, na comunidade de Vera Cruz, o padre deu uma orientação. “Nosso pároco orientou que nossas reuniões terminem mais cedo, para que não exponha as pessoas a uma situação desagradável de um assalto”, disse Regina. Em uma igreja de Jardim da Penha, em Vitória, há um ano os cultos das noites de domingo mudaram de horário, foi antecipado em uma hora. O motivo é a segurança dos fiéis. Eles acreditam que o maior risco está na volta para a casa.
“Já houve casos de eles roubarem carro, de levarem o celular. Para o público é melhor ter segurança”, afirmou o membro da igreja, Valdecir Dossi. O Presidente da Associação de Pastores, Enoque de Castro, disse que algumas denominações até diminuíram o número de reuniões durante a semana. “Hoje uma metodologia das igrejas é usar grupos caseiros, e as pessoas vêm para uma celebração maior, mas têm reuniões na localidade onde moram”, disse.
O padre Anderson, que comanda três comunidades na Praia da Costa, em Vila Velha, disse que os horários não mudaram, mas os templos têm vigilantes, câmeras de videomonitoramento e alarmes. “Algumas igrejas têm uma segurança patrimonial”, explicou.

Segurança Pública

Em nota, a Polícia Militar Informou faz operações e abordagens constantemente na Grande Vitória e tem a Operação Força Total, que emprega todo o efetivo da PM, inclusive, o administrativo uma vez por semana, para a rua.
A PM pede para que a população sempre registre a ocorrência dos crimes nas delegacias.

Crimes

Há dois meses, depois da missa de domingo, a igreja católica do bairro Vera Cruz, em Cariacica, foi vítima de um assalto. Os fiéis tinham acabado de fechar o portão quando o criminoso chegou.
“Terminando a missa, nós saímos, e quando terminamos de fechar o portão, o motoqueiro já chegou apontando a arma. Falando para passar rápido e ameaçando de morte”, disse uma das vítimas.
No bairro Novo Horizonte, na Serra, no dia 20 de julho, três adolescentes foram roubadas em frente a uma igreja evangélica. Elas estavam chegando no templo, quando foram rendidas. Dois criminosos saíram de um carro e levaram mochilas, celulares e até casacos.
No dia 4 de julho, pelo menos 100 pessoas ficaram reféns de criminosos em uma igreja evangélica no bairro São Diogo, na Serra. Os criminosos chegaram no meio do culto.
“Eu estava chegando à igreja, quando eu parei o carro fui abordado e desceram os três armados, já pediram para ligar o carro e outro pediu para desligar, me fizeram refém, botaram eu deitado no chão. O motorista do carro me segurou de refém para fazer um arrasto na igreja e aí eles entraram, abordaram o irmão que estava na recepção”, disse uma das vítimas.

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