CONCORRENDO COM OUTROS DOIS CANDIDATOS, ELE RECEBEU 82 VOTOS.
EM 2013, DAHAS ZARUR FOI AFASTADO DO CARGO.
O juiz Francisco Horta foi eleito, na tarde desta terça-feira (28), o novo provedor da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, com 82 votos. A eleição foi realizada na sacristia da Igreja Nossa Senhora de Bonsucesso, localizada nas dependências da Santa Casa, no Centro. A escolha do novo provedor contece após o afastamento de Dahas Zarur do cargo em 2013.
Horta, disse que o governo do estado vai assumir 150 leitos da Santa Casa até o final de novembro. Horta disse que espera que até janeiro de 2015, cerca de 500 leitos do hospital estejam em liberados para atender a população.
A eleição do novo provedor da Santa Casa de Misericórdia ocorreu em pouco mais de uma hora, na tarde desta terça. Estavam presentes e votaram desembargadores, médicos, militares, ex-ministros de estado como Marcílio Marques Moreira e Bernardo Cabral. Eles compõem os 147 integrantes da irmandade com direito a voto. A irmandade é formada por pessoas que já prestaram serviços à Santa Casa.
Horta foi eleito com maioria dos votos: 83. O procurador aposentado, Jorge Vacite teve 1 voto e o engenheiro da Eletrobras, Marcelo Suzini, 2 votos. Essa foi a primeira vez em pelo menos 30 anoso instituição, que a eleição da Santa Casa teve três candidatos.
No discurso de posse, o novo provedor disse que estava emocionado porque a sua eleição uniu a irmandade. Ele conclamou a todos a ajudá-lo na direção da instituição e disse que a nova gestão será de corrupção zero. "ninguém vai conseguir dirigir sozinho. A nossa união começou hoje. Não vou decepciona-los. A única luta que se perde é a que se abandona", disse Horta agradeceu aos presentes entre eles, o Presidente da Academia Nacional de Medicina, Pietro Novelino. Segundo Horta, a Santa Casa pertence aos médicos e é para servir aos mais necessitados. " A Santa Casa foi criada para os pobres e não para os ricos".
A eleição foi marcada depois que a Justiça do Trabalho aceitou o pedido da advogada Paula Araújo para reconsiderar a decisão de ter nomeado como interventor o desembargador Damir Vrcibracic, que também integra a irmandade.
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Entre os candidatos estavam também o advogado e procurador aposentado Jorge Vacite e o engenheiro da Eletrobrás Marcelo Suzini.
Francisco Horta, atualmente, era mordomo dos prédios da Santa Casa, que foram interditados pela Vigilância Sanitária no ano passado. Antes de ser juiz, trabalhou como advogado da entidade por seis anos. Além disso, o pai dele foi médico da Santa Casa por 39 anos. Francisco Horta é ainda Benemérito da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) e presidente do Conselho Empresarial de Segurança Pública, Ética e Cidadania da Casa.
Horta depende de decisão para assumir
Nesta segunda-feira(27), a Justiça do Trabalho nomeou o desembargador Damir Vcribradic, como novo interventor para a Santa Casa de Misericórdia do Rio. O juiz do trabalho Edson Dias de Souza, explicou que a decisão foi tomada diante da dificuldade de executar uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho para pagamento de dívidas trabalhistas.
Nesta segunda-feira(27), a Justiça do Trabalho nomeou o desembargador Damir Vcribradic, como novo interventor para a Santa Casa de Misericórdia do Rio. O juiz do trabalho Edson Dias de Souza, explicou que a decisão foi tomada diante da dificuldade de executar uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho para pagamento de dívidas trabalhistas.
No entanto, já estava marcada uma assembleia para eleição do novo provedor da instituição para está terça. Os advogados da instituição conseguiram uma autorização na justiça para a realização da eleição. Francisco Horta foi eleito mas para assumir o cargo, a Santa Casa vai entrar com mandato de segurança contra a decisão da Justiça do Trabalho.
No discurso Horta criticou a decisão da justiça. "Vamos tomar posse, mas não vamos governar por causa dessa decisão infeliz da justiça. Essa intervenção nos humilha porque ela é absolutamente desnecessária, inoportuna e inconveniente", afirmou.
Horta também disse que estará empenhado em colocar em dia o salário dos funcionários, em atraso há cerca de oito meses. "Isso é algo que nos preocupa enormemente. É a nossa prioridade pagar as folhas em atraso. Nós temos bens suficientes para permutar", disse.
O novo provedor ficará no cargo por um ano e meio. Ele está cumprindo o mandato de Dahas Zahur afastado no ano passado.
O novo provedor ficará no cargo por um ano e meio. Ele está cumprindo o mandato de Dahas Zahur afastado no ano passado.
Desvio de verbas foi o estopim da crise
A crise na Santa Casa começou depois de denúncias de fraudes em cemitérios administrados pela instituição. O provedor da entidade, Dahas Zarur, foi afastado do cargo e o Ministério Público investiga o desvio de verbas. A crise atingiu ainda o hospital e o educandário Romão Duarte.
A crise na Santa Casa começou depois de denúncias de fraudes em cemitérios administrados pela instituição. O provedor da entidade, Dahas Zarur, foi afastado do cargo e o Ministério Público investiga o desvio de verbas. A crise atingiu ainda o hospital e o educandário Romão Duarte.
Em outubro do ano passado, o hospital da instituição, no Centro da cidade, chegou a ser interditado pela Vigilância Sanitária, depois de denúncias de abandono e falta de equipamentos. O local foi reaberto somente em junho, após uma parceria entre a Santa Casa e a Universidade Estácio de Sá, para que o local passasse a servir como hospital-escola. A cerimônia de reabertura parcial contou com a presença do governador Luiz Fernando Pezão.
Em maio, funcionários reclamaram que estavam há cinco meses sem receber salário. De acordo com o sindicato que representa a categoria, apenas o vale-transporte era fornecido, para que os profissionais não faltassem ao trabalho. Os trabalhadores revelaram ter de arcar com o custo de materiais básicos como luvas e gazes.
A precariedade se estendeu ao Hospital Nossa Senhora do Socorro, no Caju, referência no tratamento de idosos, e ao Educandário Romão Duarte, que cuida de crianças abandonadas, onde os profissionais também ficaram sem receber.
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