Carlos Grevi / Marcelo Esqueff/Vagner Basilio
Em São Fidélis, a Defesa Civil decretou situação de emergência devido a estiagem
O Paraíba do Sul vive a pior seca de toda sua história. Mas, apesar da situação ainda preocupar, devido ao nível baixo do rio, as autoridades locais acreditam na reversão, a longo prazo, desse atual quadro. O secretário da Defesa Civil de Campos, Henrique Oliveira informou que a previsão de chuva para as próximas semanas e as chuvas de verão, que chegam até 50ml, podem, a princípio, melhorar o estado do Paraíba.
“Estamos esperançosos, pois há salvação para o Rio Paraíba do Sul. A previsão é de que nas próximas semanas chova, mas a situação ainda é preocupante, pois a última medição, realizada na manhã de hoje (terça-feira), o nível estava em 4,60 metros. É preciso chover muito para que o rio volte ao normal”, complementou o secretário informando que, apesar da previsão de chuva, há uma massa de ar quente bloqueando essa possível frente fria.
Desde 1922 o rio não vivia uma seca tão agressiva assim. A situação é crítica não só em Campos, mas em vários municípios da região. Em São Fidélis, por exemplo, a Defesa Civil local decretou situação de emergência devido a estiagem que vem causando sérios prejuízos a população rural.
“Se o rio continuar baixando assim vai prejudicar ainda mais a situação dos ruralistas. Por conta da seca, vários animais já morreram de fome e sede e a tendência é que morram ainda mais, pois inúmeros açudes e valões de algumas propriedades estão sem água”, lamentou o coordenador da Defesa Civil de São Fidélis, tenente Claudio Luis de Almeida Gonçalves.
‘SEM CHUVA NÃO HÁ RECARGA DO RIO’
Segundo a professora e pesquisadora do Laboratório de Ciências Ambientais da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) Darcy Ribeiro, Marina Suzuki, estamos entrando no período de El Niño, e isso para região Sudeste é muito ruim por conta da estiagem.
Segundo a professora e pesquisadora do Laboratório de Ciências Ambientais da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) Darcy Ribeiro, Marina Suzuki, estamos entrando no período de El Niño, e isso para região Sudeste é muito ruim por conta da estiagem.
“Enquanto não houver chuva não há recarga do rio. Só que vai levar certo tempo para que o mesmo se recupere, porque é necessário que primeiro o solo fique encharcado de água, para que ele possa despejar a água para dentro do rio”, explicou a pesquisadora.
CHUVA QUE CAIU DURANTE A SEMANA NÃO AJUDOU
Segundo o coordenador da Defesa Civil em São João da Barra, Adriano Assis, as chuvas que caíram na última semana e nesta segunda-feira (27/10), não serviram para amenizar a situação do Paraíba. Em contrapartida, colaborou para molhar o solo, ajudando nas pastagens, irrigação e plantação.
Segundo o coordenador da Defesa Civil em São João da Barra, Adriano Assis, as chuvas que caíram na última semana e nesta segunda-feira (27/10), não serviram para amenizar a situação do Paraíba. Em contrapartida, colaborou para molhar o solo, ajudando nas pastagens, irrigação e plantação.
“Essa água que caiu foi muito pouco. Para o rio voltar a sua normalidade tem que chover muito nos seus afluentes (São Paulo e Minas Gerais) e não na foz, sem contar que essa chuva que caiu não veio em boa hora”, enfatizou o coordenador.
RACIONAMENTO D' ÁGUAEm Campos, o assunto foi discutido durante umacoletiva de imprensa realizada no dia 19 de setembro, na sede do Ministério Público Federal (MPF).
RACIONAMENTO D' ÁGUAEm Campos, o assunto foi discutido durante umacoletiva de imprensa realizada no dia 19 de setembro, na sede do Ministério Público Federal (MPF).
Na ocasião o procurador da República, Eduardo Santos de Oliveira, ressaltou que a resolução nº 1309/14 da Agência Nacional das Águas (ANA), em que autoriza a redução de vazão (volume) do Rio Paraíba do Sul, fere a lei, cuja medida se tornou alvo de nova ação do MPF contra o órgão.
Em entrevista concedida ao O Globo na última quinta-feira (16/10), o governador reeleito do Rio de janeiro, Luiz Fernando Pezão, chegou a declarar que há sérios riscos de a cidade do Rio sofrer com falta d’água, caso não chovesse nos próximos 30 dias.
Em nota a Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), garantiu que não há risco de faltar água na Região Metropolitana do Rio, mas ratificou que em algumas regiões do estado, abastecidas por mananciais locais, que podem ter o abastecimento prejudicado, não foi descartada a possibilidade de racionamento de água.
“Não sei se chega a racionamento, porque a represa de Ribeirão das Lajes é um reservatório estratégico. É um reservatório usado na emergência. Acho que garante aí pelos vinte e um, trinta dias, quando começa o período de chuvas. Espero que comece a chover. Agora, começa o período. Já temos previsão de chuva para a semana que vem. Venho acompanhado sistematicamente os radares”.
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