quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Menina de cinco meses morre de causa desconhecida na Tapera


Criança mamou pela última vez às 03h e às 05h foi encontrada sem vida
 Carlos Grevi

Criança mamou pela última vez às 03h e às 05h foi encontrada sem vida

Uma criança de cinco meses morreu, de causa ainda não identificada, na madrugada desta quarta-feira (27/08), na localidade da Tapera, em Campos.
A mãe da pequena Emily Vitória, Tatiana da Conceição Freire, contou que no último sábado (23/08), a menina apresentou febre e diarreia e foi levada por ela ao Hospital de Ururaí, mas na unidade não havia pediatra. Tatiana voltou para casa e deu um remédio a menina para que a febre passasse. A secretaria de Saúde informou que plantão de pediatria, aos finais de semana, está concentrado no Hospital Geral de Guarus (HGG). 
Somente na tarde desta terça-feira (26/08), a criança teria novamente apresentado febre, por volta das 14h, sendo novamente medicada pela mãe. Durante a madrugada a menina mamou pela última vez às 03h. Por volta das 5h a mãe acordou para ver a bebê, mas a criança já estava morta.
Tatiana ligou então para uma funcionária do Centro de Referência da Assistência Social (Cras), que trabalha em Guarus, mas como mora na localidade é solicitada por conhecidos. A Polícia Militar foi acionada por volta das 8h e acionou a perícia por volta das 09h.
De acordo com o perito Márcio Ferreira a função da equipe neste caso foi apenas verificar possíveis sinais de violência.
“Apesar da precariedade, a criança era bem cuidada. Não notamos nenhum sinal de violência ou negligência, a princípio. Só o legista vai poder apontar a causa da morte”, revelou Márcio.
Tatiana, que tem outros sete filhos, o mais velho com 12 anos, contou que morou no local por muitos anos, mas que teria se mudado para Cabo Frio por cerca de um ano, retornando ao local há cerca de um mês.
Ela revelou ainda que a última vez que a pequena Emily foi ao médico estava prestes a completar quatro meses, ainda em Cabo Frio e que desde que retornou a Campos a menina não foi ao pediatra.
A mãe contou que suspeitou que a febre e a diarreia estivessem sendo provocadas pelo rompimento dos dentes.
O policial militar que estava acautelando o local, através da funcionária do Cras, entrou em contato com a Secretaria de Saúde solicitando que uma equipe fosse ao local analisar a necessidade ou não de interdição da casa, já que no terreno, que tem oito casas, vivem cerca de 15 famílias e 40 crianças.
A assessoria da Secretaria de Saúde, assim como da prefeitura foi procurada, para falar sobre a reclamação da mãe da vítima sobre a ausência de pediatra, bem como falta de ambulância no Hospital de Ururaí e a informação é de que: 
"A informação não procede. A Unidade Pré-Hospitalar de Ururaí dispõe de duas ambulâncias e a UBS Tapera também dispõe de uma ambulância. Ambas estão atendendo a população normalmente todos os dias da semana. O transporte poderia ter sido acionado tanto no sábado, quanto no domingo, na segunda e na terça, o que não aconteceu.
Todas as UBS dispõem de pediatra, com atendimento ambulatorial de segunda a sexta, conforme determina o Ministério da Saúde. O plantão de pediatria, aos finais de semana, está concentrado no Hospital Geral de Guarus. A Fundação Municipal de Saúde (FMS) vem chamando médicos aprovados em concursos, na tentativa de suprir outras unidades com pediatras, aos finais de semana. Durante a semana as Unidades Pré-Hospitalares da FMS também contam com plantões de pediatria e com atendimento ambulatorial na área. O fato ocorrido não apresenta indicação para interdição da UBS, de acordo com critérios do Ministério da Saúde".


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Fonte: URURAU

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