quarta-feira, 31 de maio de 2017

Justiça aumenta pena do assassino de Bárbara Richardelle

Bárbara Richardelle foi morta aos 18 anos pelo ex-namorado, o eletricista Christian Braule Pinto Cunha
Bárbara Richardelle foi morta aos 18 anos pelo ex-namorado, o eletricista Christian Braule Pinto Cunha
Foto: Arquivo GZ
O assassino da jovem Bárbara Richardelle, Christian Cunha, teve a pena aumentada de 15 para 22 anos de prisão, em regime fechado. O recurso que pedia uma pena maior para o criminoso, solicitado pelo Ministério Público Estadual (MPES), foi julgado nesta quarta-feira (31) pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo. 
O MPES solicitou o recurso por considerar o tamanho da pena injusto e argumentou que as circunstâncias qualificadoras do crime e a frieza e crueldade apresentadas pelo eletricista exigiam uma punição maior. A advogada da família de Richardelle, Luíza Nunes Lima, explica que o crime foi um homicídio triplamente qualificado e que a pena anteriormente imposta, de 15 anos, era pouco. Christian está preso no Complexo de Xuri, em Vila Velha.
O Gazeta Online falou com a mãe de Bárbara Richardelle sobre a nova decisão da Justiça. E ela desabafou:
"Estou mais aliviada porque agora estou com a sensação de que o dever foi cumprido e que a Justiça foi feita. 15 anos de prisão era pouco. Eu queria mais, e, por mim, seria perpétua"
O relator do processo, desembargador Sérgio Luiz Teixeira Gama, entendeu que a pena deveria sofrer alteração, tendo em vista a motivação do crime, e, ainda, o fato de ter sido praticado contra uma mulher, na forma da Lei Maria da Penha. "Reconheço como desfavorável a circunstância judicial relativa aos motivos, na medida em que o crime foi praticado por motivo fútil, decorrente de uma insignificante discussão sobre o vazamento de fotos seminuas da vítima”, destacou o desembargador Sérgio Luiz Teixeira Gama. 
O CRIME
Bárbara Richardelle foi assassinada aos 18 anos de idade
Bárbara Richardelle foi assassinada aos 18 anos de idade
Foto: ReproduçãoFacebook
Bárbara, então com 18 anos, foi morta por estrangulamento e golpes de cavadeira durante uma discussão dentro de uma obra onde Christian trabalhava, na Praia da Costa, em março de 2014.
Na época, Christian Cunha contou à Polícia Civil que se encontrou com Barbara na obra em que ele trabalhava, por volta das 17 horas do dia do crime. A vítima saiu da loja onde era vendedora, foi ao encontro do ex-namorado e os dois discutiram. O assunto principal era o mesmo que havia provocado o fim do relacionamento: fotos de Bárbara seminua que haviam vazado na internet.
A jovem acusava Christian – com quem namorou por mais de um ano – de ter divulgado as imagens. Ela teria enviado as fotos via e-mail para o acusado, no ano anterior. Bárbara voltou para o trabalho chorando, transtornada com a briga. Por volta das 19 horas, Christian ligou novamente para a garota e pediu para terem uma nova conversa, também na obra onde estava trabalhando. A jovem atendeu ao pedido do ex-namorado e foi até a construção, localizada na Rua Henrique Moscoso.
Na época do crime, o então delegado Adroaldo Lopes, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), disse que Christian confessou o crime. “Ele contou que os dois brigaram novamente e, ao encerrar a discussão, a vítima disse que tinha que ir embora, pois o namorado dela a aguardava. Christian disse que, quando Bárbara virou as costas para sair, ele a agarrou pelo pescoço e a esganou. Ao vê-la desfalecida, a soltou e o corpo caiu no chão”, detalhou o delegado.
Depois disso, ainda comprou um churrasquinho e um refrigerante e lanchou tranquilamente no local. Porém, ao perceber que Bárbara ainda se mexia, ele se armou com uma cavadeira que havia na obra e golpeou a ex-namorada no rosto até matá-la, por volta das 22 horas.
Já de madrugada, aproximadamente às 2 horas do dia 18 de março, o eletricista estacionou o carro que usava – um Fiesta preto, de propriedade do pai dele – em frente à entrada da obra. “Ele teve o cuidado de colocar o veículo próximo a um poste, na tentativa de que outras pessoas não o vissem”, detalhou Adroaldo Lopes.
O rapaz colocou o corpo de Bárbara no banco traseiro, conduziu o veículo até a Rodovia Darly Santos e o jogou às margens da estrada.

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