segunda-feira, 29 de maio de 2017

Família diz que morto por agente no ES foi vítima de emboscada

Local onde Denilton (foto) trocou tiros com o agente penitenciário em Cariacica, no Espírito Santo (Foto: Elis Carvalho/ A Gazeta)A família de Denilton Rodrigues Santos, de 31 anos, morto por um agente penitenciário durante um suposto assalto, nega que ele tinha envolvimento com o crime e afirma que foi vítima de uma emboscada.
Denilton foi morto na manhã deste domingo (28), no bairro Itaquari, em Cariacica, no Espírito Santo. Ele e um inspetor penitenciário trocaram tiros. O inspetor foi levado para o hospital, onde está internado, e Denilton morreu após dar entrada na unidade.
Segundo um tio de Denilton, o pedreiro Valdemir Dias Borges, de 60 anos, o sobrinho trabalhava como agente de escolta armada e, nas folgas, fazia serviços extras para complementar a renda.
“Não tinha passagem pela polícia, trabalhava há cinco anos com escolta armada e fazia ‘bico’ de pedreiro e carpinteiro. O que fizeram com ele foi uma emboscada”, afirmou.
Valdemir conta que todos os dias Denilton ligava para a mãe para avisar que tinha chegado ao trabalho, pois há quatro meses, o irmão mais novo dele morreu em um acidente de moto.
“Hoje ele não ligou, ficamos preocupados, ligávamos para ele e ninguém atendia. Entramos no Facebook e vimos que ele foi morto fazendo um assalto. Isso é uma mentira e a família vai querer justiça. Ele foi vítima de uma emboscada”, afirma.
De acordo com Valdemir, o que leva a família a crer que Denilton sofreu uma emboscada, é o fato de ele ter recebido uma ligação misteriosa neste domingo, no momento que chegou ao trabalho.
“Soubemos que ele chegou para trabalhar, recebeu uma ligação, não sabemos de quem, e que ele saiu. Depois aconteceu essa história toda. A bolsa de trabalho e a marmita ficaram no trabalho, ele tinha ido trabalhar”, desabafa.
Denilton era casado e deixa três filhos e uma enteada.

Versão do agente penitenciário

De acordo com testemunhas, o suspeito, que usava uma moto preta, abordou um casal com uma criança e um ciclista, anunciando o assalto. O inspetor penitenciário passava pelo local de carro e flagrou a ação. Ele contou que desceu do veículo e se identificou como policial, mas já foi recebido a tiros pelo suspeito. Houve troca de tiros, e os dois acabaram feridos.
O suspeito foi atingido por dois tiros no abdômen, e o inspetor, por três tiros: um em cada braço e um na perna. Um dos tiros disparados, inclusive, acertou o cabo da pistola do inspetor, fazendo com que a arma caísse. Nesse momento, o inspetor correu para se abrigar.
O suspeito chegou a pegar a arma do policial que estava caída e a subir na moto para fugir, mas como estava bastante ferido, acabou caindo.
Um investigador da Delegacia de Crimes Contra a Vida, que mora na região, ouviu os disparos e foi até o local para ver o que estava acontecendo. Foi quando ele viu o policial baleado e, em seguida, o suspeito tentando fugir.
Como o suspeito caiu da moto, o investigador aproveitou para pegar as duas armas que ele carregava e acionou o Ciodes e o Samu.
O policial foi socorrido antes de a ambulância do Samu chegar por uma pessoa que passava de carro e que o levou até o Hospital Meridional, em Cariacica.
Já o suspeito foi socorrido pelo Samu para o Hospital São Lucas, em Vitória. Ele estava sem documento de identidade, por isso ainda não foi imediatamente identificado. Após dar entrada na unidade, o homem acabou morrendo.

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