terça-feira, 1 de setembro de 2015

Papa autoriza sacerdotes a perdoarem aborto


papaA declaração do líder da Igreja Católica foi dada em uma carta ao religioso italiano Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização e delegado para a organização do Jubileu extraordinário. “Decidi, apesar de algumas críticas contrárias, conceder a todos os sacerdotes para o Ano do Jubileu a faculdade de absolver do pecado do aborto daqueles que procuram [a Igreja] arrependidos e pedem perdão”, disse Jorge Mario Bergoglio.
Até agora, na Igreja Católica, a faculdade de perdoar pais ou médicos que cometeram aborto era reservada somente a bispos diocesanos, que em certas ocasiões poderiam delegar a função a sacerdotes. Para o Jubileu, o Papa instituiu a figura do “missionário da misericórdia”, o qual atuará em todas as dioceses e poderá perdoar até os pecados antes reservados à Sede Apostólica.
“Um dos mais graves problemas da atualidade certamente é a mudança da relação com a vida. Uma mentalidade muito difusa fez perder a devida sensibilidade pessoal e social em relação ao acolhimento de uma nova vida”, escreveu o líder da Igreja Católica. “Penso particularmente nas muitas mulheres que recorreram ao aborto. Conheço bem as condições que as levaram a essa decisão. Sei que é um drama existencial e moral. Encontrei-me com muitas mulheres que levavam no coração a cicatriz por essa escolha sofrida e dolorosa”, comentou Francisco.
“O perdão de Deus a quem se arrepende não pode ser negado”, defendeu. Em maio, a Santa Sé divulgara que, durante todo o ano do Jubileu, missionários do Vaticano absolveriam os pecados dos cristãos católicos, incluindo o aborto.
Francisco surpreendeu o mundo ao anunciar Ano Santo (Jubileu) Extraordinário, cujo tema será a misericórdia e que lembrará os 50 anos do Concílio Vaticano II.
A data será celebrada entre final de 2015 e 2016. Os jubileus, uma tradição judaica trazida pela Igreja Católica, acontecem a cada 25 anos. O último foi em 2000, portanto, o próximo deveria ser apenas em 2025. Suas edições extraordinárias são convocadas, no entanto, quando o Papa sente a necessidade de passar uma mensagem para o mundo e dar a oportunidade aos fiéis de se aproximem mais de Deus.

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