A Petrobras vai aumentar em 11 por cento o preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para consumo industrial, comercial e granel nas refinarias em todo o Brasil, a partir da 0h de sexta-feira, disse a empresa nesta quinta-feira.
“A companhia estima que o impacto desse reajuste no preço de venda ao consumidor final, que varia de acordo com a sua destinação, seja da ordem de 5 por cento”, acrescentou a estatal em nota.
Segundo a empresa, o reajuste não abrange o GLP destinado ao uso residencial, conhecido como gás de cozinha, o qual já havia sido reajustado em 15 por cento em 1º de setembro. A estatal não reajustava o chamado botijão desde 2002..
O reajuste do gás industrial havia sido informado mais cedo pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), que divulgara uma alta de 12 por cento, um ponto percentual acima do reportado pela Petrobras.
O último aumento desse produto aconteceu em dezembro do ano passado, quando a Petrobras subiu os preços em 15 por cento, segundo o sindicato.
“Nós fomos pegos de surpresa”, afirmou o presidente do Sindigás, Sergio Bandeira de Mello, em entrevista à Reuters.
Como o reajuste de preços é nas refinarias, a alta aos consumidores pode ser diferenciada, dependendo de fatores de mercado, custos, logística e distribuição, explicou o sindicato.
IMPACTOS NO MERCADO
Cálculos do Sindigás apontam que os preços do GLP envasado em embalagens acima de 13 kg serão, a partir de sexta, cerca de 58 por cento mais altos do que os pagos pela Petrobras ao importar o produto, disse Bandeira de Mello, indicando que a estatal deverá elevar suas margens.
Isso porque o gás envasado em embalagens acima de 13 kg será vendido às distribuidoras do produto por 1.780 reais por tonelada, enquanto a petroleira pratica na importação atualmente cerca de 1.122 reais a tonelada, segundo estimativas do Sindigás.
A conta foi feita considerando 1 dólar a 4,15 reais.
“Por que esse aumento se faz necessário hoje, honestamente, a gente não conseguiu ainda entender”, disse Bandeira de Mello.
Apesar disso, o presidente do Sindigás ponderou que o GLP no Brasil permanece competitivo.
“O produto continua extremamente competitivo em relação a outros energéticos, a gente não está perdendo competitividade nem com energia elétrica, nem com gás natural”, destacou.
O Brasil consome, atualmente, cerca de 7,4 milhões de toneladas de GLP por ano. Desse montante, aproximadamente 25 por cento são importados e o restante é produzido no Brasil.
O consumo industrial é responsável por 29 por cento da demanda, explicou Bandeira de Mello.
Outra distorção, na avaliação do presidente do Sindigás, é que o preço do GLP envasado em embalagens de até 13 kg é atualmente de 1.010 reais por tonelada, ou cerca de 76 por cento mais barato do que o envasado em embalagens maiores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário