Pagamento atrasado: médicos que atendem pelo SUS reclamam
O presidente do Sindicato dos Médicos de Campos, José Roberto Crespo, concedeu entrevista coletiva no final da manhã desta quarta-feira(08), durante a qual onde falou sobre o atraso do pagamento dos profissionais da saúde que atendem pelo SUS no município. Ele também critica a Tabela SUS(base de cálculo para pagamento dos procedimentos médicos), cujos valores são definidos pelo Governo Federal.
“Na sexta-feira teve uma reunião dos hospitais com o Poder Público e até hoje não temos uma informação completa do que aconteceu. Disseram para imprensa que não terá greve e paralisação. Nós temos uma população de 500 mil habitantes e 90% dependem do Sistema Único de Saúde . Está é a grande dificuldade e preocupação do Sindicato”, disse José Roberto Crespo, acrescentando que “ninguém está aqui fazendo apologia a paralisação. O que existe é um atraso concreto do pagamento dos profissionais da saúde, de meses, não é de um ou dois meses. Existem profissionais que estão desde abril sem receber, outros desde agosto de 2014. Eu mesmo estou desde novembro sem receber”, destacou.
José Roberto Crespo ainda explicou a forma com que a verba da saúde é repassada até chegar ao médico. “O Ministério da Saúde e as secretárias Estadual e Municipal colocam uma parte do seu orçamento na saúde. “O município é uma gestão plena de saúde, ou seja, recebe o repasse direto do Ministério da Saúde e repassa aos hospitais, cada um fica com sua parte. O município também coloca a parte dele e cada hospital tem a sua parte. O governo alega que coloca 40% na Saúde. O que estamos vivenciando é que este recurso não está chegando, pelo menos não ao médico. Os médicos estão abandonando e não querem operar e trabalhar no SUS”, afirmou.
Enfatiza também diz que a tabela do SUS, cujos valores são determinados pelo Governo Federal e ser de base para calcular o que será pago por todos os procedimentos médicos, está defasada, e esclarece que os médicos não têm vínculo empregatício com os hospitais.
“Os médicos estão trabalhando em sistema de prestação de serviços. No Hospital Álvaro Alvim e Santa Casa, os médicos não são empregados, eles são prestadores de serviço. Quem trabalha em ambulatório ou faz cirurgias, só recebe pelos procedimentos. Antigamente, a tabela(SUS) era boa e dava para se ganhar alguma coisa, mas hoje está inviável. A princípio se coloca uma tabela de contratualização. Mesmo assim, isso foi em 2009 e já está defasado e não se atualiza esta tabela. Está se dificultando a assistência ao pobre. Não dá para os hospitais fazerem acordo, quem trabalha e produz é o médico. Ontem discutimos essas questões, muitos colegas colocaram que temos que buscar um entendimento com o executivo para que paguem diretamente ao médico”, esclareceu.
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