Reprodução / Vagner Basílio
Na faixa dos 16 aos 25 anos preferência é de 25% e jornais impresso quase 0%
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Thomas Traumann, apresentou na última semana a Pesquisa Brasileira de Mídia, que tem como objetivo mostrar como e onde o brasileiro busca a informação atualmente.
O levantamento feito entre os dias 12 de outubro e 6 de novembro de 2013, com mais de 18 mil pessoas entrevistadas, em 848 municípios nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, mostrou que 47% da população tem o hábito de se informar pela internet, o que mostra a importância desta plataforma, segundo o ministro.
“Todos nós tínhamos ideia clara que a importância da internet na informação vinha crescendo. Como não temos pesquisa anterior do mesmo tamanho, não se pode fazer uma comparação, mas se pode hoje dizer que sim, quase metade dos brasileiros se informa e usa a internet como meio cotidiano e rotineiro da informação. Isso é muito importante tanto para as políticas de comunicação quanto como retrato de como o brasileiro se informa”, afirmou Traumann.
A Pesquisa Brasileira de Mídia ainda aponta que o meio de comunicação mais utilizado para busca de informações no país é a televisão, pois 97% dos entrevistados afirmaram assistir TV. Já 61% das pessoas afirmaram ter o costume diário de ouvir rádio, que ficou em segundo lugar, seguido pela internet, com 47%.
Diante deste cenário a reportagem do Site Ururau buscou uma avaliação desse cenário com o professor e engenheiro do Instituto Federal Fluminense (IFF), Roberto Moraes, que tem um blog (www.robertomoraes.com.br) há quase 10 anos e que se tornou referências em debates econômicos, políticos, entre outros temas.
"A ampliação do acesso às redes e seu barateamento que está em curso no país muda a forma como vivemos em diversos sentidos. Assim, não poderia deixar de alterar a maneira como nos informamos sobre os fatos e suas versões. Antes da informação online e instantânea havia mais chances da versão ter mais peso que o fato. Não quer dizer que hoje isto ainda não ocorra, mas, é mais complexo. Isto espanta quem tem poder econômico e político. Estes estão montando exércitos para voltar a ter o controle da informação que circula ou para neutralizá-la e isto me faz relativizar e muito o que eu gostaria que a internet nos possibilitasse”, destaca Roberto Moraes.
Já a leitura de jornais e revistas impressos é menos freqüente e alcança, respectivamente, 25% e 15% dos entrevistados.
Já o diretor executivo da Record em Campos, Marcos Silva aponta a velocidade e credibilidade como principal forma de atrair o público que é cada vez mais seleto. "As pessoas estão cada vez mais em busca da informação correta, e de maneira mais rápida possível, e as novas plataformas estão oferecendo isso ao grande público. É nessas horas que as empresas sérias e com credibilidade se destacam".
Mas quando a pergunta é a preferência principal do entrevistado, ou seja, com qual se tem maior proximidade, por seu conteúdo e característica (como mobilidade, dinamismo e custo) a internet se destaca ainda mais e aparece na segunda posição na pesquisa.
Neste quesito a TV também é o meio preferido, com 76,9%, com a internet tendo 13,1%, seguido pelo rádio com 7,9%. Já os jornais impressos têm apenas 1,5% e as revistas 0,3%. Outros somam 0,8%.
"Há um fator primordial para explicar porque a internet ganhou muita força no campo da informação, quando comparado de um lado à TV e rádio (ainda hoje os mais procurados) e à mídia impressa de outro, cada vez mais restrita. As duas primeiras dão a notícia, mas, ela não fica exposta diretamente para você na hora que quiser e puder ver textos, fotos e vídeos (tudo junto ou separado), a um clicar de dedos no computador ou celular. Na outra ponta sobrou ao jornal impresso, não mais a informação rápida, mas, a mais analítica, mas, parece que os jornais não aceitam e ainda (com raras exceções) não conseguem trabalhar desta forma", afirma o professor Roberto Moraes.
Quando o recorte da pesquisa fica entre os jovens na faixa etária dos 16 aos 25 anos, a preferência pela TV cai para 70% e a internet sobe até 25%. Esses números são ainda mais impressionantes e revelam uma tendência que favorece ainda mais a internet para as próximas pesquisas que serão feitas anualmente. É que nessa faixa etária o rádio tem a preferência de 4% e os demais, quase 0%, de preferência.
Internet é o que toma mais tempo dos brasileiros
A internet é o meio de comunicação que mais toma tempo dos brasileiros. De acordo com pesquisa divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR), o brasileiro gasta em média mais de 3h40 do seu dia navegando na internet.
A internet é o meio de comunicação que mais toma tempo dos brasileiros. De acordo com pesquisa divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR), o brasileiro gasta em média mais de 3h40 do seu dia navegando na internet.
“Espanta-me a concentração que a internet está aos poucos se transformando, quase da mesma forma que as mídias tradicionais comerciais. Por exemplo, o Google é o destino de 25% de todo o tráfego de internet americano e maior fatia de publicidade em internet no mundo com seu poderoso mecanismo de buscas. Uma em cada sete pessoas no planeta está no Facebook. É muito poder concentrado ao contrário do que se imaginou antes”, analisa Roberto Moraes.
Aos sábados e domingos, a permanência do usuário na internet aumenta quatro minutos por dia. Essa duração é 10 minutos maior do que o tempo gasto pelos brasileiros em frente à TV, cuja audiência atinge 97% da amostragem, sendo a maioria (65%) diariamente.
Um dos principais caminhos para a internet, o acesso por meio de conexão 3G é uma tendência e também vem crescendo. Segundo a Anatel, são cerca de 95 milhões de tablets e smartphones conectados assim hoje no país - embora a internet 2G ainda seja predominante.
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