domingo, 26 de outubro de 2014

Luiz Fernando Pezão é reeleito governador do RJ com 56,07%


O candidato do PMDB venceu Marcelo Crivella (PRB) no segundo turno.
Pezão assumiu o cargo em abril de 2014, após renúncia de Sérgio Cabral.

Do G1 Rio
O governador do Rio de Janeiro e   candidato à reeleição, Luiz Fernando   Pezão (PMDB), acompanhado da mulher   Maria Lúcia e da mãe Ercy, na Escola   Municipal de Lajes, em Pirai, no Sul   Fluminense, onde foi votar neste   domingo.    26/10/2014 (Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO)O governador do Rio de Janeiro e candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB), acompanhado da mulher Maria Lúcia e da mãe Ercy, na Escola Municipal de Lajes, em Pirai, no Sul Fluminense, onde foi votar neste domingo. 26/10/2014 (Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo)
Luiz Fernando Pezão, do PMDB, foi reeleito neste domingo (26) governador do Rio de Janeiro para os próximos quatro anos. Com 94,41% das urnas apuradas, o candidato tinha 4.121.804 votos, o que corresponde a 56,07% dos votos válidos, sem poder ser alcançado por Marcelo Crivella (PRB), que tinha 3.228.973 dos votos (43,93%) (acompanhe a apuração no G1). O resultado saiu às 18h45, uma hora e quarenta e cinco depois de as urnas terem sido fechadas.
O governador votou pela manhã em Piraí, no Sul Fluminense, e desde o fim da tarde está em um hotel na Zona Sul do Rio, onde vai falar com jornalistas sobre o resultado.
Pezão se candidatou ao Governo do Rio de Janeiro na vaga de Sérgio Cabral, de quem foi vice-governador de 2007 até o início de abril deste ano. Após Cabral renunciar ao cargo, ele dividiu o comando do Palácio Laranjeiras com a campanha eleitoral. Cabral e o prefeito Eduardo Paes estavam no hotel neste domingo para comemorar com Pezão.

O governador reeleito tem 59 anos, é natural de Piraí, no Sul fluminense, e é formado em Economia e Administração. O primeiro cargo político foi como vereador de Piraí, em 1982. Depois, foi  prefeito da cidade por dois mandatos (1996 - 2000). Durante o período em que comandou Piraí, Pezão implantou o sistema de informatização do município, conhecido como "Piraí Digital", recebendo prêmios internacionais pelo investimento.

Ele também foi Presidente da Associação de Prefeitos dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro (Apremerj) por dois períodos, onde atuou como interlocutor dos interesses do interior na Assembleia Legislativa e no governo do estado.

Em 2006, foi secretário de governo na administração da governadora Rosinha Garotinho (2003 a 2007), e foi eleito por duas vezes vice-governador do Rio (em 2006 e 2010), na chapa do ex-governador Sérgio Cabral. Além de vice-governador, Pezão era também secretário de Obras do estado. É casado há 21 anos com Maria Lúcia Cautiero Horta Jardim, 59 anos, uma amiga de infância de Piraí. O apelido se deve ao fato de calçar 48.
Ficha RJ Dados do Estado do Rio (Foto: Infografia/G1)
Campanha
No primeiro turno, o candidato à reeleição, ficou com 40,57% dos votos válidos, seguido do senador Marcelo Crivella, com 20,26%, que conseguiu a vaga para segundo turno após disputa acirrada com Anthony Garotinho (PR) que teve 19,73%.

Durante os 20 dias de campanha no segundo turno, Pezão priorizou o corpo a corpo com a população e buscou novas alianças e apoios de partidos e políticos eleitos, como o ex-jogador e senador eleito Romário (PSB). Romário, com quase cinco milhões de votos, se encontrou com Pezão e anunciou o apoio depois de o candidato ter se comprometido com três pontos do seu programa político.

No total, Pezão acrescentou mais três partidos ( PROS, PDT e PT do B),  à aliança inicial de 18 partidos que deram apoio à sua candidatura no primeiro turno. Dez dos 11 prefeitos petistas do estado também declararam apoio a Pezão, mas o candidato derrotado Lindberg Farias e o presidente do PT-RJ, Washington Quaquá, ficaram com Crivella.

No plano nacional, no dia seguinte à eleição, Pezão se reuniu com o vice-presidente da República, Michel Temer, também do PMDB, para conversar sobre alianças para o segundo turno das eleições."O meu partido decidiu em conferência nacional apoio à presidenta Dilma. Vou manter o que meu partido decidiu a nível nacional. Mas também quero apoio", disse Pezão na época.
Ao longo da campanha, o candidato costumava comentar sobre a diversidade de apoios que vinha recebendo. Segundo ele, ninguém governa sozinho. "O Estado do Rio é muito diverso e você tem que ouvir muito. É um estado que é o tambor cultural do país e não tem um partido do que consegue fazer a sua maioria. Temos que governar com força grande", afirmou.
No início do segundo turno, ele disse que a campanha não seria fácil e que, se no primeiro turno apanhava de quatro, agora iria apanhar só de um, se referindo ao candidato Marcelo Crivella, com quem trocou farpas durante toda a campanha.

Pezão acusou Crivella de ter iniciado os ataques atribuindo-lhe vários apelidos. Durante os vários debates e encontros de que participaram o tom da campanha esquentou, mas Pezão sempre negou que estivesse aumentando o tom ao falar das ligações do adversário com a Igreja Universal. "Minha aliança é muito clara. Não sou testa de ferro de ninguém. Isso é que tem que ficar bem claro para a população. A gente mostrar o que está por trás da candidatura dele", disse, referindo-se à ligação do senador com a Igreja Universal do Reino de Deus.

Promessas e Propostas
Em sua campanha, o candidato do PMDB reafirmou promessas como a ampliação de investimentos e construções de unidades habitacionais no Estado do Rio. Pezão disse que quer combater o déficit habitacional desapropriando terrenos. Ele defendeu a desburocratização do estado e considerou fazer pactos para a redução da carga tributária;  e defendeu o bilhete único nos transportes como uma revolução que permitiu maior taxa de empregabilidade. Pezão também prometeu levar as UPPs para o Norte do estado e disse que pretende aumentar o número de policiais militares abrindo mais um concurso para preencher seis mil vagas.
Acabar com a falta d'água na Baixada Fluminense foi uma das promessas de Pezão nas várias visitas que fez às cidades da região. Ele também garantiu a pavimentação de todas as ruas da região e o investimento em Clínicas da Família. A ampliação do programa de concessão de microcrédito nas favelas e em comunidades em vias de pacificação, a triplicação dos centros educacionais tecnológicos do estado e ampliação do número de comunidades com Unidades de Polícia Pacificadora no estado, com a contratação de mais 11 mil policiais militares, foram as promessas do candidato durante a campanha.
Na área dos transportes, ele disse que pretente levar o metrô até o Méier e Madureira, implantar a Linha 3 para São Gonçalo e construir sete BRTs em São Gonçalo e na Baixada Fluminense. Para a educação, ele disse que vai expandir o programa "Dupla Escola" a 75 colégios do estado, implantando ensino integral com conteúdo conectado ao mercado de trabalho.

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