terça-feira, 23 de maio de 2017

Bandido pagava faculdade de Direito com dinheiro do tráfico de drogas

No celular do universitário Bruno Viana da Cruz a polícia encontrou fotos dele posando com armasEra com o dinheiro do tráfico de drogas que Bruno Viana da Cruz, de 22 anos, financiava a faculdade de Direito. Nesta segunda-feira (22), a casa caiu para o “Poney", apelido do bandido no mundo do crime. Bruno foi abordado quando pilotava uma moto, na altura do bairro Aribiri, na Avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha, município onde ele atuava no tráfico.
Os policiais da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (Deten) já monitoravam a residência do bandido no bairro Jockey de Itaparica, como conta o delegado titular da unidade, João Paulo Pinto. “A gente estava monitorando e não podia abordá-lo na casa, com o risco de não encontrar o flagrante. Quando ele saiu de moto com a mochila, resolvemos abordar, pois desconfiamos que realizaria uma venda de drogas”, afirmou.
O bote da polícia foi certeiro. Com Poney foram encontrados 15 tabletes de maconha, sendo oito dentro do baú da motocicleta e sete dentro da mochila que carregava. Após a prisão, os investigadores da Deten foram até a residência, onde atingiram o grande objetivo da investigação, que era encontrar o carregamento maior.
Ao todo, 135 quilos de maconha em tabletes foram apreendidos no local. De acordo com o delegado João Paulo, o valor de mercado de toda a droga pode chegar a R$ 1 milhão. “Vendendo no atacado, como ele fazia, a R$ 2 mil o quilo, o valor fica menor. Mas cada quilo, preparado na boca em buchas vendidas a R$ 10, dão uma média de R$ 10 mil de lucro o quilo, que totalizaria mais de R$ 1 milhão todo o carregamento, vendido no varejo”, explicou Pinto.
Agora, as investigações continuam, com o objetivo de identificar o dono de toda a droga, visto que Bruno é apontado pela polícia como o gerente do tráfico de drogas de Ilha dos Ayres. “Ele era o distribuidor da droga. O dono do carregamento ainda está sendo investigado. Soubemos que essa é uma parte de uma carga de meia tonelada, comprada recentemente, que Bruno guardava e distribuía a mando de um bandido acima dele”, revelou o delegado.
Droga apreendida com 'Poney'
Droga apreendida com 'Poney'
Foto: Victor Muniz
FACULDADE
Uma parte do dinheiro que arrecadava, Poney usava de forma inusitada para um traficante. Ele financiava a faculdade de Direito, em uma instituição particular.
O delegado João Paulo acredita que Bruno estaria usando os estudos para se aprofundar no conhecimento dos crimes que estava cometendo.
“Temos certeza que ele já era traficante antes de se tornar universitário. O estudo era bancado pelo tráfico, pois ele nunca trabalhou. Acredito que fazia Direito para conhecer melhor as leis e saber do que poderia ser acusado”, disse.
O bandido vai esperar pelo julgamento na cadeia, no Centro de Triagem de Viana (CTV).
ARMAS PESADAS, DINHEIRO E DROGAS
Fotos encontradas no celular de Bruno mostram o bandido ostentando o resultado da posição dele no crime. O aparelho foi apreendido pela polícia. Em uma das imagens, ele aparece com uma metralhadora de fabricação artesanal. Em outra, com o que parece ser um fuzil. A sequência de fotos ainda mostra o traficante segurando um revólver com mira a laser, apontando para os tabletes de maconha e ostentando várias notas de R$ 100.
Segundo o delegado João Paulo Pinto, titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (Deten), a prisão de Poney representa menos um bandido de alta periculosidade nas ruas. “Ele tem mandado de prisão em aberto por uma dupla tentativa de homicídio no ano passado. Além disso, era gerente do tráfico em Ilha dos Ayres e participava da disputa pelo controle da venda de drogas”, contou.
Ainda de acordo com o delegado, a quadrilha da qual Bruno faz parte é uma das maiores distribuidoras de drogas da Grande Vitória. E a guerra do tráfico influenciava nesse comércio. “Ele só vendia no atacado para as quadrilhas de bairros que não eram inimigos dele. O Bruno gerenciava várias bocas em Ilha dos Ayres. Agora esperamos pegar o chefe dessa organização criminosa”, concluiu João Paulo Pinto.

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