01/05/2017 10h16 | Foto: Divulgação
— Parei o carro na rua, como sempre faço, só que desta vez, quando voltei, tinham aberto e revirado a meu porta-malas e levado o estepe. Só me toquei disso na hora que cheguei em casa, quando tive tempo para olhar com mais calma.
De acordo com os dados do ISP, os quais o EXTRA teve acesso com exclusividade por meio da Lei de Acesso à Informação, a Barra da Tijuca, também na Zona Oeste, é o bairro que concentra o maior número de furtos no interior do veículo. Em 2016, foram ao todo 283, o que corresponde à 6,62% de todos que aconteceram na cidade. Em média, 6 carros foram furtados a cada semana. O mês que registrou o maior número de furtos foi agosto, com 43 casos. Já em relação a roubos, ou seja, quando há ameaça ou agressão, o segundo da cidade com o maior número de registros: 145. O aposentado Renaldo Santoro, de 52 anos, foi uma das vítimas desse crime. Ele teve o celular roubado enquanto estava parado em um sinal da Avenida Embaixador Abelardo Bueno, em abril deste ano.
— Estava eu e meu irmão no carro quando, ao pararmos no sinal vermelho, vimos três bandidos roubarem o carro na nossa frente. Um deles veio em nossa direção, com a armada apontada em nossa direção, e nos ameaçou para levar o nosso celular. Isso aconteceu em frente à estação do BRT Centro Metropolitano, por volta das 19h.
O delegado titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), Marcus Vinicius Braga, disse que crimes assim acontecem na região, principalmente, devido ao grande fluxo de veículos que passam pelo bairro. Outro fator que facilita os furtos e roubos são os engarrafamentos, bem recorrentes na Barra. O importante a ser feito nessas situações, segundo o delegado, é registrar o ocorrido na delegacia.
— Quando você faz o registro de ocorrência, você avisa ao policial que um crime aconteceu naquele ponto. Isso ajuda a criar um plano para que possamos evitar que o roubo ou furto se repita — explica. — E não precisa nem ir mais a delegacia para fazer o boletim, dá para fazer no próprio site da Polícia Civil.
Em relação a roubos dentro de veículos, o bairro que mais se sobressai é o Centro do Rio. Só em 2016, foram 191 — 15 a cada mês. O delegado titular da 5ª DP (Centro), Marcus Henrique de Oliveira Alves, explicou o motivo para que os índices na região central da cidade sejam altos. O bairro é também o terceiro com mais registros de furtos.
— São mais 1 milhão e meio de pessoas que passam diariamente pelo Centro. Aqui também o coração financeiro da cidade, é onde tem o maior número de escritórios, de bancos, de lotéricas… São fatores que propiciam o aumento de roubos e furtos, não só dentro dos carros, como à pedestres, dentre do coletivos, etc.
O QUE FAZER PARA SE PROTEGER:
– Se for vítima de algum desses crimes —ou de qualquer outro—, notificar a polícia e fazer boletim de ocorrência. Mesmo que não recupere o que foi levado, ao menos a polícia saberá onde acontece a maior incidência dessas casos e poderá atuar de uma melhor forma.
– Não facilite a visão do assaltante e tome cuidado com os pertences. Deixar a bolsa no banco do carona ou o celular a vista, por exemplo, facilitam a ação do ladrão.
– Não deixe objetos de valor no carro estacionado. Quando não for possível, guarde-os no porta-malas.
– Andar com o vidro aberto facilita os furtos — principalmente se estiver falando ao telefone ou com o braço apoiado na janela.
– Prefira estacionar em locais onde há guardadores oficiais da prefeitura ou em estacionamentos.
– Engarrafamentos são propícios para os furtos e roubos no interior de veículo, tente evitá-los — embora seja quase impossível no Rio.
ROUBO DE CARROS AUMENTA EM TODO O ESTADO
O número de roubos no interior de veículos aumentou 65,1% no Estado do Rio, entre 2016 e 2015. Na capital, o aumento é maior, sendo um crescimento de 67,5%. Já em relação aos furtos, o fenômeno é oposto. Tanto na capital quanto no estado, o número caiu. Foram 23,1 de registros de furto a menos no ano passado em relação a 2015. O motivo é que, para um ladrão furtar alguém, é preciso que haja uma oportunidade, a vítima precisa estar distraída ou vulnerável. O caso do roubo, ou seja, quando há agressão ou ameaça, o cenário é outro. O criminoso, quando está armado ou possa fazer usa da violência, cria a oportunidade para que o assalto ocorra.
Fonte: Extra
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