domingo, 15 de janeiro de 2017

Policiais fazem paralisação por falta de pagamento


Policiais civis do Rio de Janeiro deram início a uma paralisação na manhã deste sábado (14) devido à falta de pagamento do salário referente ao mês de dezembro de 2016 e ao não pagamento do 13º salário.
Em nota, a assessoria de imprensa da instituição informou que a chefia da Polícia Civil não se manifesta sobre decisão de entidade de classe e “esclarece que os serviços emergenciais serão mantidos”.
O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro (Sindelpol), Rafael Barcia, afirmou que os agentes decidiram em assembleia fazer a paralisação total das atividades nas delegacias pelo período de quatro horas neste sábado, das 8h às 12h.
Os policias, no entanto, disseram que vão trabalhar em casos graves, como remoções de cadáver em via pública, flagrantes e atividades da Divisão de Homicídios e da Delegacia Antissequestro (DAS).
“O motivo é a situação absurda que estamos vivendo. Estamos trabalhando no limite há muito tempo. A Polícia Civil tem trabalhado sem nenhuma condição. O Estado deve para a gente o Plano de Meta que está há mais de um ano sem ser pago. Estamos sem 13º e, mesmo assim, temos trabalhado com dignidade. Toda semana tem operação”, reclamou Rafael Barcia.
Ainda segundo o presidente do Sindelpol, a mudança constante das datas de pagamento do salário dos servidores gera uma “insegurança que não pode mais ser tolerada”.
“O estado vem sempre alterando o calendário para adiar o nosso pagamento. Mês passado, não honrou o decreto. Esse mês, de novo. Sexta foi o décimo dia útil, último dia para pagar, e não recebemos o salário. O ano de 2017 ainda não começou pra gente. É uma insegurança salarial impossível de conviver”, afirmou Barcia.
Paralisação até o pagamento
Ainda neste sábado, os policiais pretendem começar outra paralisação até que seja pago o salário referente ao mês de dezembro. Batizada de “Operação Basta”, a mobilização consiste em só registrar flagrantes, termos circunstanciados, crimes violentos, crimes da Lei Maria da Penha e crimes que exijam diligências urgentes, como uma perícia por exemplo.
Segundo Barcia, o objetivo não é punir a sociedade, mas chamar a atenção do poder público para a grave situação que os agentes enfrentam. Esta paralisação começa a partir das 12h.
“As pessoas estão desesperadas e a pressão em cima da segurança pública é muito grande. O policial que sai na rua sem condição de trabalho ele arrisca a vida de verdade. É uma situação que não temos a mínima situação de trabalho e o estado nem o nosso salário está pagando. Extrapola qualquer limite”, disse o presidente do Sindelpol.
Ainda que os salários de dezembro sejam depositados nos próximos dias pelo governo, os agentes também pretendem parar diariamente o expediente durante uma hora até que o pagamento do 13º salário seja feito. Ocorreria das 13h às 14h. Nesse período, os agentes não fariam nenhum registro ou diligência.
“Não adianta nada a população ir à delegacia que esteja sem sistema, que o policial fique sem uma viatura pra fazer diligencia, sem as mínimas condições de prestar o serviço que se propõe a prestar”, disse Barcia.
A falta de estrutura, de investimentos e os pagamentos atrasados acontecem quando a população do Rio sofre com o aumento da violência. Um levantamento do Instituto de Segurança Pública mostra que 2016 foi o ano com mais roubos de rua desde 2001. Só até novembro, o Rio teve 116.509 casos de roubos de celulares, coletivos e pedestres. Foram, em média, dez mil casos por mês. Ou um roubo a cada quatro minutos. O índice de 2016 é 49,7% maior do que o mesmo período do ano anterior.
Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário