Uma corretora de seguros em Rio Bonito (RJ) é alvo da Operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato, nesta quinta-feira (26). A Polícia Federal e o Ministério Público Federal cumprem mandado de busca e apreensão de documentos na empresa, que segundo o MPF, pertence a um homem apontado como envolvido no esquema de corrupção de Sérgio Cabral. Ele teve a prisão preventiva decretada. O escritório fica na Avenida Presidente Castelo Branco, 66, sala 307, no Centro.
O suspeito é sócio de uma empresa de comunicação com sede na Avenida Nilo Peçanha, no Centro do Rio de Janeiro. O MPF disse que, em uma delações premiadas de Renato Chebar, identificado como um dos doleiros de Cabral, foi revelado que no local foi recebida a quantia de R$ 7.709 milhões entre agosto e outubro de 2014.
Também são cumpridos mandados em escritórios do suspeito em Niterói. O principal alvo da operação é o empresário Eike Batista. São cumpridos nove mandados de prisão e quatro de condução coercitiva em quatro cidades do estado.
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O MPF afirmou que, em consulta ao portal da transparência do servidor público do Estado do Rio, foi verificado que, além das empresas pertencentes ao investigado, o suspeito que tem a empresa com escritóio em Rio Bonito ocupou um cargo comissionado na Secretaria de Comunicação Social até dezembro de 2013, último ano do governo de Sérgio Cabral.
Segundo a investigação, ele é “um dos maiores destinatários dos valores ilícitos obtidos pela Organização Criminosa”. Foi constatatado também, de acordo com o MPF, que foram registradas 147 ligações telefônicas entre o suspeito de Sérgio Cabral.
A investigação também aponta que ele teve um acréscimo patrimonial aparentemente incompatível com a atividade, já que até 2007 era funcionário da Prefeitura de Duque de Caxias (RJ) e, entre 2007 e 2014, passou a ser sócio de empresas no ramo de comunicação, seguros e hotelaria.
Em nota, a corretora de seguros informou que nunca fez seguro com os investigados na operação e que está desativada desde 2012.
Operação Eficiência
A Operação Eficiência investiga crimes de lavagem de dinheiro, que consistem na ocultação no exterior de aproximadamente US$ 100 milhões (cerca de R$ 340 milhões). O montante, segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), é fruto de propinas obtidas por um esquema fraudulento comandado pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.
A Operação Eficiência investiga crimes de lavagem de dinheiro, que consistem na ocultação no exterior de aproximadamente US$ 100 milhões (cerca de R$ 340 milhões). O montante, segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), é fruto de propinas obtidas por um esquema fraudulento comandado pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.
O MPF informou que, com o auxílio de colaboradores, já conseguiu repatriar cerca de R$ 270 milhões, que estão à disposição da Justiça Federal em conta aberta na Caixa Econômica Federal. A Força-Tarefa da Lava Jato agora solicita cooperação internacional para o bloqueio e repatriação dos valores ainda ocultos em outros países.
A ação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF), com apoio da Receita Federal, cumpre nove mandados de prisão preventiva, quatro de condução coercitiva e 22 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Brêtas, da 7ª Vara Federal Criminal. Cerca de 80 agentes participam da ação.
Entre os alvos dos mandados está Eike Batista, que não foi encontrado em casa. Segundo o advogado que diz representar o empresário, ele está viajando. Informações obtidas pela TV Globo indicam que o empresário está fora do país e é considerado foragido.
Outro alvo é Flávio Godinho, braço-direito de Eike no grupo EBX e atualmente vice-presidente do clube de futebol Flamengo. Ele foi o único localizado e preso na manhã desta quinta-feira pela Polícia Federal. Godinho é acusado de ser um dos operadores do esquema, através da ocultação e lavagem de dinheiro das propinas que eram recolhidas das empreiteiras que faziam obras públicas no Rio de Janeiro.
De acordo com o MPF, Eike e Godinho teriam pago propina de US$ 16,5 milhões ao ex-governador Sérgio Cabral usando a conta Golden Rock no TAG Bank, no Panamá. Segundo o MPF, o valor foi solicitado por Cabral ao empresário em 2010.
Além da lavagem de dinheiro, também são investigados os crimes de corrupção ativa e corrupção passiva, além de organização criminosa.
A Eficiência é desdobramento da Operação Calicute, deflagrada no fim de 2016, que teve entre os presos o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, e a mulher dele, Adriana Ancelmo.
Cabral, que está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, também teve mandado de prisão preventiva expedido na Operação Eficiência – foi a terceira ordem de prisão contra o ex-governador.
Segundo os procuradores, a remessa de valores de Cabral para o exterior foi contínua entre 2002 e 2007, quando ele acumulou US$ 6 milhões. Durante a gestão como governador, entre 2007 e 2014, ele acumulou mais US$ 100 milhões em propinas, distribuídas em diversas contas em paraísos fiscais no exterior, afirmam os procuradores.
Eike, Godinho e Cabral também são suspeitos de terem cometido atos de obstrução da investigação. Ainda de acordo com o MPF, durante busca e apreensão em endereço vinculado a Eike em 2015, foram apreendidos extratos que comprovavam a transferência dos valores ilícitos da conta Golden Rock para a empresa Arcádia.
Além de Cabral, outros dois dos nove envolvidos no esquema que tiveram prisão decretada pela Justiça nesta fase da operação á estão na cadeia: Wilson Carlos e Carlos Miranda, também detidos em Bangu.
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