O pesadelo do motorista de ônibus Carlos Henrique, de 51 anos, durou 6 meses e 20 dias. Inocente, ele foi preso injustamente, passou por quatro presídios diferentes e chegou a dormir em uma cela com quase 100 pessoas. O erro ocorreu depois que um homem roubou seu documento e, um ano depois, se passou pela vítima ao ser detido em um assalto.
Foi um sofrimento só"
Yara Sylvia Aclyna,
mãe da vítima
mãe da vítima
"Foi um sofrimento só", contou a mãe Yara Sylvia Aclyna, aposentada, ao RJTV desta terça-feira (31).
A perda da carteira de identidade ocorreu há 14 anos. A vítima registrou um boletim de ocorrência e tirou um novo documento. Um ano depois, Carlos Henrique não poderia imaginar que o homem que tinha sua identidade seria preso e se passaria por ele.
Pouco depois, o assaltante foi colocado em liberdade e desapareceu. O caso foi julgado sem a presença do réu e, assim, o dono do documento acabou sendo condenado a 5 anos e 4 meses de prisão. Confundido com o verdadeiro criminoso, Carlos foi preso em outubro de 2015.
Ele foi levado para a delegacia em Niterói, na Região Metropolitana, e ainda passou por quatro presídios. O motorista de ônibus chegou a dormir em uma cela com 95 presos, sempre dizendo que não tinha culpa de nada.
"Fui para [o Complexo Penitenciário de] Bangu, rasparam minha cabeça, coisa que nunca fiz, tiraram foto me deixaram na triagem aguardando para onde eu ia, o que iriam fazer", relembra.
Na cadeia, escrevia para tentar não enlouquecer. Em janeiro de 2016, ficou sem advogado e a Defensoria Pública assumiu o caso, que pediu a revisão de pena. Carlos foi solto no dia 21 de maio.
Em liberdade provisória, ele aguarda um julgamento que não tem data para acontecer. O motorista ainda não sabe se vai pedir uma indenização do estado pelo erro.
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