terça-feira, 28 de junho de 2016

DH pericia local da morte de médica e apura se ela já estava sendo seguida


Henrique CoelhoDo G1 Rio
Dois dias após a morte da médica Gisele Palhares, morta por criminosos na Linha Vermelha, na altura da Pavuna, na Zona Norte do Rio, a Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense fez uma perícia no local do crime nesta segunda-feira (27), logo após o enterro da vítima. Os peritos querem saber quantos bandidos participaram da ação e se eles já seguiam Gisele desde Nova Iguaçu, de onde ela voltava após participar de ações sociais.
Segundo os investigadores, quatro tiros atingiram o Land Rover que Gisele dirigia. Um dos disparos foi fatal, na cabeça da médica. As marcas da subida do carro, que tentou fugir antes de ser morta, ficaram no barranco. Pedaços do veículo foram recolhidos no local nesta segunda.
  •  
Policiais fazem perícia em local onde médica foi morta, na Linha Vermelha (Foto: Henrique Coelho/G1)Policiais fazem perícia em local onde médica foi morta, na Linha Vermelha (Foto: Henrique Coelho/G1)
Na terça-feira (28), há a expectativa que a polícia ouça os dois policiais do Batalhão de Policiamento de Vias Especiais (BPVE), que prestaram socorro à vítima, além do marido de Gisele, Renato Palhares.
"Com a perícia realizada hoje, vamos tentar entender o que aconteceu no fato. Até o final da semana marcaremos uma perícia complementar, com o carro da vítima aqui na cena. Vamos tentar determinar quantos eram os atiradores, se eles estavam a pé, de moto, e tentamos investigar se eles já a estavam seguindo desde Nova Iguaçu", afirmou o delegado Giniton Lages, delegado titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense.
Enterro
O corpo da médica morta no sábado (25) foi enterrado nesta segunda, às 14h30, no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita. O viúvo permaneceu ao lado do corpo da mulher até o sepultamento. Em pelo menos dois momentos, os presentes bateram palmas durante o cortejo.

Após o enterro, o viúvo lamentou o atual estado de violência no Rio. "Ou as coisas mudam ou as pessoas de bem vão ter que sair do país. O que adianta ter Olimpíada se não dá nem para passar na Linha Vermelha?", questionou Renato.
O viúvo, Renato Palhares, se debruça sobre o corpo de Gisele para se despedir (Foto: Henrique Coelho/G1)O viúvo, Renato Palhares, se despede de Gisele no
enterro (Foto: Henrique Coelho/G1)
A mãe de Gisele, Rosa, diz que o sentimento pela morte da filha é de vazio, mas acredita que "será em vão".
"O que aconteceu é fruto da incompetência de nossas autoridades de banir esses bandidos da nossa sociedade. Mas a semente que ela plantou vai germinar, vai dar frutos", disse Rosa, lembrando que a filha tentava acalmá-la sobre a violência nas vias expressas como as linhas Amarela e Vermelha, dizendo para que ficasse tranquila: "Segundo as amigas dela, no entanto, ela tinha muito medo. E ela passava por lá todos os dias", contou a mãe da médica, nascida e criada em Nova Iguaçu.

O crime ocorreu a 200 metros de um posto da Polícia Rodoviária Federal. Em nota, a PRF diz que "toda a região da Pavuna até a Baixada Fluminense é considerada uma área com alto índice de criminalidade" e que tem policiamento reforçado, inclusive com a criação de grupos táticos. Apesar da proximidade, o acesso onde Gisele foi morta não é área de atuação da PRF, que faz o policiamento na Via Dutra – o Batalhão de Policiamento de Vias Expressas (BPVE) patrulha a Linha Vermelha.
"Embora o crime tenha ocorrido fora da área de circunscrição da PRF, também demonstramos preocupação com o fato e o estado de alerta de nossos policiais já é bem maior naquela região há bastante tempo", disse a nota da PRF.
Segundo o comando do BPVE, equipes que faziam o patrulhamento na Linha Vermelha receberam informações da tentativa de roubo, mas encontraram a vítima já ferida a tiros por criminosos quando chegaram ao local.
A PM afirma que imediatamente o BPVE iniciou um cerco na região, que conta, desde janeiro, com o reforço no policiamento com apoio Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos (BPGE). O comando da Unidade determinou que, além de buscas pelos suspeitos, fossem realizadas operações no trecho do crime já retomadas neste domingo desde as 5h.
Portal dos Procurados pede ajuda a população para identificar assassinos de médica. (Foto: Portal dos Procurados/Divulgação)Portal dos Procurados pede ajuda a população para
identificar assassinos de médica.
(Foto: Portal dos Procurados/Divulgação)
Portal dos Procurados
O Portal dos Procurados lançou nesta segunda-feira um cartaz pedindo ajuda à população para identificar os assassinos de médica Giselle Palhares. Um dos canais de atendimento é o telefone do Disque-Denúncia. Quem tiver qualquer informação pode ligar para o telefone 2253-1177; o anonimato é garantido.
Outro crime na região
O PM Denilson Theodoro, de 49 anos, que fazia a segurança do prefeito Eduardo Paes, morreu em uma tentativa de assalto na Pavuna, na manhã deste domingo (26). Em nota, o prefeito prestou solidariedade à família e lamentou a morte. O policial deixou mulher e dois filhos.

A tentativa de assalto ao PM foi em uma rua a cinco minutos de carro de onde a médica Giselle foi abordada por bandidos no sábado.
Denilson era segurança de Paes (Foto: Reprodução/Facebook)Denilson era segurança de Paes (Foto: Reprodução/Facebook)

Nenhum comentário:

Postar um comentário