terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Polícia faz operação para prender traficantes no RJ


De 34 mandados de prisão, 25 foram cumpridos na manhã desta terça.
Quadrilha usava mulheres para entrar com drogas em presídios.

Gabriel BarreiraDo G1 Rio
A Polícia Civil faz na manhã desta terça-feira (23), uma operação para prender traficantes em locais do Rio, Itaguaí, na Baixada Fluminense, e em Itaboraí, na Região Metropolitana. A ação desencadeada por agentes da 44ª DP (Inhaúma), visa cumprir 34 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão. Na manhã desta terça, 25 pessoas foram presas, suspeitas de integrar quadrilha que levava drogas para dentro dos presídios do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste.
No Rio, a operação Sob Medida aconteceu em bairros do Centro e da Zona Oeste. Cerca de 250 policiais participam da ação, que conta com o apoio de delegacias especializadas, distritais e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core).
Segundo a polícia, o grupo era formado predominantemente por mulheres, que chegavam a transportar 1kg por mês, cada. As mulheres carregavam as drogas nas partes íntimas, depois do material ser envolvido em papel alumínio e fita isolante. Para cada transporte, elas recebiam entre R$ 400 e R$ 800, dependendo se fosse maconha ou cocaína. Em alguns casos, até mulheres grávidas eram usadas pelos criminosos.
Dos 34 mandados de prisão, 25 foram cumpridos. Dez deles com homens que já cumpriam pena e eram receptores dos entorpecentes na cadeia.
Dentre as presas, duas são apontadas como organizadoras do grupo. "Tia Kátia" e "Tia Cláudia", respectivamente, são apontadas como responsáveis por compactar o material e fazer uma lista com quanto cada uma das "mulas" era capaz de transportar nas partes íntimas. 
"Elas faziam um teste para ver qual era o limite de cada uma. Se precisassem transportar 200g, já sabiam quem seria a indicada para aquilo", disse o delegado José Luis Duarte, da 44ª DP (Inhaúma).
De acordo com ele, os agentes penitenciários não sabiam do esquema. Elas, inclusive, evitavam certos plantões que eram considerados mais rígidos. O grupo vai responder por tráfico de drogas.
Ainda segundo a polícia, os traficantes usavam telefones celulares para comandar o esquema de dentro do presídio. É o que revela uma escuta feita com autorização da justiça. Na gravação, de acordo com os policiais, um bandido identificado como Wendel, que está preso, conversa com a mulher, Luciana, sobre o transporte de drogas para dentro da prisão.
Wendel - Quantas que tem aí?
Luciana - Acho que agora só tem, agora, três pra ir. Três viagens pra ir.
Wendel - Acho que 300 gramas.
Luciana - Já foi bastante. Já foi muito mais do que meia.
Wendel - Sbe quantas que vai vir?
Luciana - Tem uma de 200 e uma de 100.
Em outra gravação, uma mulher identificada como Cláudia fala com outra mulher sobre a qualidade da maconha levada para o marido, que estava preso.
Cláudia - Meu marido falou que 'tá' muito boa.
Mulher -  Tu ainda não pegou a boa, mesmo, que foi a primeira que chegou. Porque a outra que tinha...  'tava' sem semente nenhuma, sem galho nenhum. 'tava' muito boa, mesmo.
Cláudia - Entendi. Mas a outra que 'vim' deve 'tá bombando' também, né?
Um dos mandados de prisão é contra uma mulher conhecida como Tia Kátia. Da comunidade da Vila Kennedy, na Zona Oeste, ela organiza as viagens para transporte da droga. Em uma conversa, segundo a polícia, ela pede para uma comparsa levar cocaína, chamada de açúcar, para o presídio.
Kátia - Tu 'vai' levar açúcar?
Cláudia - Não.
Kátia - Vai não? então, eu vou só pedir para você levar um quilo de açúcar pra mim e, fazendo um favor... um quilo de açúcar pro meu filho. E o suco.
No Rio, a operação acontece em bairros do Centro e da Zona Oeste. Cerca de 250 policiais participam da ação, que conta com o apoio de delegacias especializadas, distritais e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core).
Um veículo blindado e um helicóptero dão apoio aos agentes. Não há informações sobre confrontos.
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