quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Casal envolvido com clínica onde desaparecida faria aborto é preso


Rosemere foi presa em Angra dos Reis, no sul do Estado. 
Ela marcava consultas, segundo a polícia, e marido era segurança do grupo.

Henrique CoelhoDo G1 Rio
Jandira Magdalena dos Santos Cruz, 27 anos, entrou em um carro branco, no terminal rodoviário de Campo Grande, supostamente para ser levada a uma clínica para fazer abordo (Foto: Reprodução/TV Globo)Jandira Magdalena dos Santos Cruz, 27 anos, entrou em um carro branco, no terminal rodoviário de Campo Grande, supostamente para ser levada a uma clínica para fazer aborto (Foto: Reprodução/TV Globo)
A técnica em enfermagem Rosemere Aparecida Ferreira, uma das suspeitas de envolvimento com a clínica onde Jandira Magdalena dos Santos, de 27 anos, faria um aborto foi presa na tarde desta quinta-feira (11) em Angra dos Reis, no Sul do Estado. Seu marido, o policial civil Edilson dos Santos, também foi preso, mas na Avenida Brasil, na altura da Penha, na Zona Norte do Rio, quando voltava da Costa Verde. A Polícia investiga se a dupla tem relação com o desaparecimento de Jandira. Segundo a polícia, Rosemere seria uma das responsáveis por agendamentos na clínica e Edilson segurança.
Agentes também apuram a possibilidade de ser da jovem um corpo encontrado carbonizado em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio um dia após ela sumir. Na quarta-feira (10), o material genético de Maria Ângela Magdalena dos Santos, mãe de Jandira, que desapareceu no fim de agosto quando ia fazer um aborto, foi recolhido para exame de DNA. O resultado sairá em até 30 dias.
O cadáver foi achado em um carro com as mesmas características do que teria levado Jandira para a clínica de aborto. A jovem foi até um terminal rodoviário levada pelo ex-marido, Leandro Reis, que passou a ser investigado pela polícia.

Registro cassado
Nesta segunda-feira (8), o Conselho Regional de Enfermagem do Rio (Coren-RJ), informou que Rosemere Aparecida Ferreira pode ter o registro cassado. O Coren-RJ informou, em nota, que expediu notificação desde a semana passada para o endereço de cadastro de Rosemere, e também enviou fiscais até sua residência. Porém, ela não foi encontrada.
O Conselho ressaltou, entretanto, que Rosemere terá o direito a ampla defesa e do contraditório durante o  processo que foi iniciado. Caso seja provado que a profissional é realmente culpada pelos crimes pelos quais é investigada, o órgão pedirá a sumária cassação de seus direitos.
Denúncias
Jandira havia feito três registros contra o ex-marido, Leandro Reis, quando os dois ainda eram casados - um de ameaça, em 2008, e outro por ameaça e agressão, em 2010. Com base nestes registros, o delegado que investiga o caso considera Leandro suspeito no desaparecimento da mulher e passou a investigá-lo.
Cartão com nome de clínica continha endereço de local desativado há 2 anos (Foto: Arquivo Pessoal)Cartão com nome de clínica levou a Rosemere
(Foto: Arquivo Pessoal)
Leandro diz que levou a ex-mulher até o local combinado no dia em que ela foi vista pela última vez, quando ia fazer o aborto. Ele não se conforma em ser considerado suspeito.
“Existe um cartão, existe uma pessoa que indicou, existe uma clínica que já está sendo investigada há muito tempo, existe uma mensagem de uma pessoa me chamando um dia antes. Queria entender em qual momento me enquadro como participante desta quadrilha. Não consigo entender, sou trabalhador. Agora encontraram algumas coisas de 2010 e 2008, que infelizmente foi na época do nosso divórcio, que não terminou muito bem. Mas se eu sou uma pessoa tão ruim como estão colocando, ela não teria me procurado”, se defendeu Leandro.
A mãe de Jandira se mostrou surpresa com a suspeita da polícia. Segundo ela, a filha estava pensando em retomar o casamento com Leandro.

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