segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Mais dois PMs são presos suspeitos de envolvimento em corrupção no Rio


Outros 24 policiais militares já haviam sido presos 15 dias antes.
Grupo é acusado de extorquir empresas e pessoas na Zona Oeste do Rio.

Do G1 Rio
Mais dois policiais militares foram presos suspeitos de envolvimento em um suposto esquema de corrupção dentro da Polícia Militar do Rio de Janeiro. De acordo 
com
 a Secretaria de Estado de Segurança, o capitão Diego Soares Peixoto, atualmente lotado no 3º BPM (Méier), e o sargento Romildo Rodrigues Silva, atualmente lotado no Comando de Operações Especiais (COE), foram presos nesta segunda-feira (29). As duas prisões são resultado do desdobramento da Operação Amigos S.A., que culminou na prisão de 24 PMs e trouxe à tona um esquema de cobrança de propina envolvendo a alta cúpula da corporação.

Segundo a Secretaria, o capitão Diego e o sargento Romildo integraram o 14º DP (Bangu), unidade que, segundo as investigações, servia de sede para o grupo de policiais que estabeleceram um esquema de extorsão financeira a moradores e comerciantes da região. Os dois PMs presos foram acusados que receber pagamento de mototaxistas, empresas (em especial transportadoras de pessoas e cargas), instituições financeiras e ambulantes no bairro de Bangu e adjacências, na Zona Oeste.

O esquema criminoso tem sido esclarecido com apoio de um dos 24 PMs presos durante a operação. Segundo a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, o policial militar tem prestado depoimentos considerados fundamentais para desvendar o caso. Por causa da ajuda, ele recebeu o benefício da delação premiada e está em liberdade.

MP investiga
A 2ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria de Justiça Militar instaurou na quinta-feira (25) um procedimento investigatório criminal militar para apurar denúncia de pagamento de propina ao Estado-Maior da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), feita nos autos de processo que tramita na 1ª Vara Criminal de Bangu. No depoimento prestado por um dos 24 PMs presos na operação "Amigos S.A.", que fez acordo de delação premiada, foi revelado que oficiais presos disseram em conversa que todos os batalhões eram obrigados a pagar uma quantia de R$ 15 mil ao Estado-Maior, como antecipou o RJTV na segunda-feira (22).
Entre os investigados estão o comandante-geral da PM, coronel José Luis Castro Menezes, o chefe do Estado-Maior Operacional, coronel Paulo Henrique Azevedo de Moraes, e o chefe do Estado-Maior Administrativo, coronel Ricardo Coutinho Pacheco. Também vai ser analisado o envolvimento de outros policiais militares que tenham relação com o mesmo caso.
A Polícia Militar informou que os oficiais do comando da PM estão totalmente à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos.
A decisão foi anunciada um dia despois de a Corregedoria Geral da União da Secretaria de Segurança ter negado o pedido dos promotores para a abertura de uma sindicância contra a cúpula da corporação.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) atuará em auxílio no procedimento investigatório. A 2ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria de Justiça Militar decretou o sigilo dos autos e requisitará o inquérito policial militar instaurado na Corregedoria da PM.
Patrimônios
O Ministério Público identificou pelo menos três imóveis de luxo que pertencem ao coronel Alexandre Fontenelle, ex-comandante das tropas de elite da PM que foi preso semana passada, acusado de chefiar um esquema de propina na região do 14º BPM (Bangu). Como mostrou o Bom Dia Rio nesta quarta-feira (24), os promotores do caso pediram na terça-feira que a Corregedoria Geral Unificada (CGU) da Secretaria de Estado de Segurança, investigue também o patrimônio do atual comandante-geral da PM, coronel José Luís Castro Menezes, e de todo o Estado Maior da Polícia Militar, a cúpula da corporação.

O patrimônio encontrado pelos promotores está avaliado em pelo menos R$ 4 milhões. A lista de imóveis inclui uma casa de praia com piscina, uma cobertura com mais de 300 metros quadrados e um outro apartamento. Segundo o Ministério Público, Alexandre Fontenelle é o dono de tudo, mas o nome dele só aparece na casa da Praia Rasa, em Búzios, na Região dos Lagos.
De acordo com as investigações, um dos imóveis fica no Grajaú, Zona Norte, e no papel pertence a uma irmã dele. O imóvel de cobertura em fica em Jacarepaguá, na Zona Oeste, e tem 3 proprietários na escritura: a mãe de Fontenelle e dois oficiais presos, major Carlos Alexandre Lucas e o capitão Walter Conchone Netto. Ainda segundo investigações, o último  salário líquido de Fontenelle era de R$ 17 mil.
A alta cúpula da PM foi denunciada como beneficiária de um suposto esquema de cobrança de propina durante o depoimento de um policial que aceitou contar como eram feitos os pagamentos. O depoimento ocorreu nos dias 15 e 16 de setembro. O policial que fez a denúncia disse que começou a participar do esquema de cobrança de propina em 2010, quando trabalhava na unidade de trânsito no batalhão de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio.

A operação
Coordenada pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança (Seseg), com apoio do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco), a operação prendeu no dia 15 de setembro 25 pessoas, sendo 24 policiais militares denunciados por integrar um esquema de arrecadação de propina de comerciantes e transporte irregular na região de atuação do 14º BPM (Bangu).

Entre os presos estavam cinco oficiais, incluindo o chefe do Comando de Operações Especiais (COE), coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira, e o subcomandante do COE, major Edson Alexandre Pinto de Góes. Ambos foram exonerados dos cargos.

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