Pai de menor assassinado no IFF: 'Quem puxou o gatilho foi o Estado'

 Marcelo Esqueff / Arquivo Pessoal

Crime ocorreu na noite desta sexta quando jovem saia da escola para retiro da igreja

Está sendo velado na manhã deste sábado (27/09), o corpo do jovem de 18 anos morto na noite de sexta-feira (26/09), após uma tentativa de assalto em um ponto de ônibus, próximo ao Instituto Federal Fluminense (IFF).

Parentes e amigos se despedem de Deison Wallace da Hora na capela B, do Cemitério Campos da Paz. O sepultamento está marcado para às 15h no mesmo local.

No velório a equipe do Site Ururau conversou 

com

 o diretor do IFF-Centro, Jeferson Azevedo que disse que após o crime que chocou a população foi marcada uma reunião para a próxima segunda-feira (29/09), entre o comandante da Polícia Militar, Ramiro Campos, a direção da instituição e o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados de Campos (OAB), Luis Celso Alves Gomes.

“Nesta reunião discutiremos sobre algumas alternativas em curto prazo para que o que aconteceu ontem não se repita. Diariamente cerca de oito mil alunos transitam pelas ruas próximas a instituição. Tomamos algumas providências de segurança, como grades nos portões e segurança patrimonial no interior, mas fora da escola não somos autorizados a manter seguranças”, disse Jeferson.

No velório a informação de que a vítima seguiria após as aulas para um retiro de igreja foi confirmada. Deison além de praticar o curso de Tecnologia da Informação, também cursava o curso técnico de Automação.

O pai da vítima, Daicre Wallace da Hora lamentou a morte do filho e questionou a violência. “Se fosse um marginal que tivesse sido morto, aqui no velório estaria cheio de representantes da Polícia Militar, da OAB e dos Direitos Humanos, mas como foi um estudante e trabalhador que acordava às 6h da manhã e só retornava para a casa às 22h, o velório está vazio”.

“Quem me garante que isto não acontecerá mais? Tenho mais dois filhos, um jovem de 20 e uma menina de 10, queria que o comandante da PM viesse até mim e garantisse que a cidade ficará segura. Os bandidos empunharam a arma para matar meu filho, mas o Estado foi quem puxou o gatilho”, disse o pai revoltado.

RELEMBRE O CRIME
Segundo informações da Polícia Militar, a vítima seria morador do Parque Imperial e estaria indo para um retiro da igreja que frequentava depois de sair da instituição onde cursava o primeiro período do curso de Tecnologia da Informação e trabalhava para uma empresa da Petrobras, como operador.

Segundo relatos de populares, a vítima estava no ponto de ônibus, em frente à instituição abraçado a um travesseiro, com uma mala 

nas

 mãos e falando ao telefone, quando os suspeitos passaram e logo retornaram anunciando o assalto. Os suspeitos, dois homens que estavam em uma moto CG, de cor preta, fugiram após os disparos. Ao reagir ao assalto houve os disparos.

Estudantes que estavam no mesmo ponto de ônibus correram em direção a outra universidade, porém ele correu para o lado contrário quando foi atingido novamente.
Por causa do ocorrido, a direção Campus-Centro do IFF suspendeu as aulas do turno da noite.

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Fonte: URURAU