Cezar Ferreira / Carlos Grevi / Marcelo Esqueff
SFI é o município mais afetado com a morte de cerca de mil cabeças de animais
Que a agricultura é o setor mais prejudicado
com
a estiagem e seca que atinge as regiões Norte e Noroeste Fluminense isso ninguém tem dúvida. Entretanto é preciso ressaltar que, mesmo
com
algumas ações para minimizar o problema, os produtores rurais já registram a perda de cerca de mil cabeças de gado, além das perdas nas lavouras e na produção de leite.
De acordo com o coordenador Núcleo Regional da Defesa Agropecuária (NDA), Cláudio Vilela, a situação é crítica em todos os municípios, mas em São Francisco de Itabapoana o assunto é ainda mais grave e já é oficial a baixa no rebanho bovino, mas a causa não seria somente a falta de chuvas.
Em São Fidélis, segundo Vilela, os produtores rurais estão buscando alternativas para a falta d’água para os animais. Aqueles que fornecem leite para a cooperativa estariam enviando baldes vazios para que retornem com água, não só para os animais, mas também para o uso doméstico.
Ainda segundo Cláudio, os produtores estão tendo um custo alto para manter o rebanho, não só pela falta d’água, mas pelo alto custo da cana-de-açúcar, utilizada como ração e que em virtude da seca também tem custo de produção elevado.
A equipe do Site Ururau tentou contato, por telefone, com o secretário de Agricultura de São Francisco de Itabapoana, mas até a publicação desta matéria não obteve êxito.
Em Campos, o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, José do Amaral explica que ainda não foi registrada perda no rebanho, mas que se a falta de chuva permanecer por mais um período de uma semana a 15 dias, isso será inevitável.
“Estamos vivendo um percalço climático e a perda de animais é uma consequência, pois tem aquele gado que é mais fraquinho”, disse.
“Devido à estiagem prolongada, o Canal Columinho secou e a margem dele está cheia de lama, fazendo com que o gado fique atolado, podendo levá-lo à morte”, alerta Eduardo Crespo, esclarecendo que a Secretaria de Agricultura continua direcionando as máquinas para atender situações de emergência.
Para os pequenos produtores da Região Norte do município, Eduardo esclareceu que a secretaria tem doado tratores e caminhões para socorrê-los no transporte de alimentos para os animais.
REDUÇÃO NA PRODUÇÃO DE LEITE
José do Amaral ressaltou que além do prejuízo na plantação, principalmente da cana-de-açúcar, a parte da pecuária já registrou perda entre 20% a 30% na produção leiteira e a incalculável perda de peso do gado de corte.
O município de Campos tem atualmente cinco mil produtores rurais entre pequenos, médios e grandes.
MEDIDAS PARA MINIMIZAR O PROBLEMA
As cinco bombas estão trabalhando desde maio deste ano na indução de águas para canais secundários e terciários do município, mas vale ressaltar que o nível do Rio Paraíba do Sul na última terça-feira (23/09) era o mais baixo da história, 4.60 metros, desde que começou a ser monitorado em 1922.
Para melhorar o serviço, uma máquina escavadeira hidráulica foi colocada no rio com a finalidade abrir valas para canalizar água principalmente para o canal Coqueiros, na Baixada Campista, já que por causa do nível baixo no rio, as bombas estariam perdendo o volume de captação.
“A água ainda é insuficiente nos canais de irrigação, mas não temos muito que fazer. O jeito é esperar e rezar para chover”, disse José do Amaral.
“O setor agrícola é um dos mais prejudicados com a seca que atinge a região, pois as lavouras, o gado de corte e leite são diretamente afetados, mas para mudar essa situação tem que chover nas cabeceiras do Paraíba, que são em Minas Gerais, São Paulo e no Rio de Janeiro”, disse Edson.
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